“Deitemo-nos em nossa vergonha; e cubra-nos a nossa confusão, porque pecamos contra o SENHOR nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos à voz do SENHOR nosso Deus”. - (Jeremias 3:25)
Você sabe quem foi João Huss? Não? Seria bom saber. Na cidade em que moramos, existem mais igrejas do que mercearias. É impressionante, mas parece haver uma igreja em cada esquina. Têm igrejas para todos os gostos. Às vezes me pergunto, para que servem tantas casas de Deus, se cada uma delas faz coisas que nem sempre estão em acordo com o Evangelho de Jesus Cristo. É uma enorme confusão de seitas e de conceitos, que está por toda a parte e seguramente, isso não deve ser obra do Espírito de Deus.
No livro Gênesis, capítulo 11, a Bíblia conta a história da Torre de Babel. O povo resolveu por conta própria, edificar uma torre para tocar nos céus. As pessoas queriam por si mesmas, se engrandecer. Mas todos os envolvidos foram castigados e condenados a falarem línguas diferentes, de modo que não mais conseguissem se entender e fazer planos, desconsiderando os propósitos de Deus. Toda torre edificada pela vaidade humana não serve para coisa alguma. Hoje, nas igrejas cristãs, não há uma confusão de línguas, mas há uma enorme confusão de conceitos. Parecem mesmo com a antiga Babel, repleta de soberba, onde ninguém se entendia. E como foi o destino daquela, tudo indica que será o mesmo destino para essa outra.
Dias atrás, passava diante de uma igreja evangélica e vi pessoas de pé, segurando acima de suas cabeças um enorme pano branco. Cobria todo o salão. Sinceramente, não sei o que faziam, nem que esperanças tinham. Numa outra, vi um burrico entrando porta adentro, levando nos lombos uma jovem vestida de Maria. Havia balões coloridos por toda a parte e um conjunto musical, que insistia em tocar uma frenética música. Também vi uma igreja onde acontecia um verdadeiro “show”. Música em alto volume e crentes dançando pra lá e pra cá. Liguei o rádio e sem querer sintonizei uma FM onde vendiam lâmpadas, que espantavam espíritos. Fico imaginando o que deve pensar ao nosso respeito, o homem do mundo. Que triste imagem passam essas ditas “igrejas”, para as pessoas não convertidas.
Mas qual é a causa dessa confusão? A Reforma Protestante foi o início da liberdade das pessoas. Durante séculos, as consciências estiveram cativas da igreja, que em termos de fé, fazia o que bem entendia. Quem tivesse a petulância de discordar, simplesmente morria. Era simples assim. Por mais de mil anos, os homens foram ensinados a dizer “amém”, a tudo o que padres, bispos e cardeais diziam. Mas o autoritarismo eclesiástico começou a incomodar. Alguns membros da própria igreja passaram a fazer protestos que terminaram na Reforma Protestante. Os crentes começaram a pensar e a compreender por si mesmos, o que diziam as Sagradas Escrituras. E eles descobriram que não era bem como afirmavam as autoridades da igreja.
Parece que o mesmo atraso religioso está de volta. E justamente na casa protestante. As pessoas aceitam tudo passivamente. Pastores fazem e desfazem, sem que isso tenha qualquer conseqüência. Na sua inocência, os crentes são envolvidos por idéias que não se fundamentam nas santas palavras de Cristo. A letra é a morte, dizia Paulo. O espírito traz vida. Mas quem se importa? Abrem igrejas e igrejas para muitos e muitos fins, menos para ensinar a Palavra de Deus. Há exceções, sim. Mas o corpo da igreja é um só e está cambaleando por causa dos membros doentes.
Você faz parte disso meu irmão e minha irmã? Uma pergunta básica: você tem uma Bíblia para estudar a Palavra de Deus e acompanhar o que dizem na igreja? Você sabe discernir o que são os Testamentos de Deus? Sabe que Moisés foi enviado para orientar os judeus e que Cristo veio para orientar você? Não sabe? Olha, se você não tem a Bíblia, trate de adquiri-La. Não é suficiente dizer “eu creio” ou “sou crente”. Em termos de fé, é preciso saber discernir o certo do errado. Sem a Bíblia, não há caminho para o Espírito Santo. Se a tua fé não se mostrar viva e atuante, ela não é verdadeira e, por conseqüência, não te salvará. Jesus disse “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai.” - (Mateus, 7:21). Sejamos adultos na sabedoria e meninos na malícia.
João Huss foi um dos principais reformadores religiosos da história do Cristianismo. Nasceu no Reino da Boêmia (República Tcheca), no ano de 1369 e morreu no dia 6 de Julho de 1415. Bacharelado em Letras e Teologia, tornou-se padre. Em 1401, ocupou o cargo de reitor de universidade. Huss pregava o sacerdócio universal, no qual, qualquer crente poderia se comunicar com Deus, sem a mediação dos padres. Foi excomungado e morto na fogueira. Preso ao madeiro, Huss viu ali perto uma senhora bem idosa, ajuntando gravetos para ajudar na fogueira que levaria à sua morte. Na inocência e boa vontade, a velhinha obedecia cegamente aos inquisidores. Quando pôs a lenha aos pés do reformador, Huss olhou carinhosamente para ela e disse: “SANTA SIMPLICIDADE”. Que Deus tenha compaixão da inocência do nosso povo. Amém
