Sete
Certezas Sobre o Arrebatamento
Norbert Lieth
"Não queremos, porém, irmãos, que
sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como
os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que
dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos,
os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que
dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do
arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos
outros com estas palavras" (1 Ts 4.13-18).
Primeira
certeza: os mortos não estão mortos
"Pois, se cremos que Jesus morreu
e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os
que dormem" (v.14). Esta certeza consiste em três partes:
a) No Novo Testamento, a ressurreição
se refere principalmente ao corpo
O "dormir" dos crentes ou a
expressão "os que dormem" dizem respeito aos corpos dos cristãos (At
13.36-37; Rm 8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bíblia não ensina o "sono"
da alma! Por exemplo, o homem rico e Lázaro, depois que morreram, estavam
respectivamente no reino dos mortos (hades) e no paraíso, mas absolutamente
conscientes (Lc 16.19-31).
O corpo, que deixamos por ocasião da
morte, "dorme"; mas o espírito do crente – sua personalidade, seu
ser, sua consciência – encontra-se com Cristo a partir do momento da morte. O
apóstolo Paulo estava totalmente convicto dessa realidade, motivo porque
escreveu: "...tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).
Quando os saduceus discutiram com
Jesus acerca da ressurreição dos mortos, Ele lhes disse: "E, quanto à
ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou (Êx 3.6): Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de
mortos, e sim de vivos" (Mt 22.31-32).
O Senhor Jesus Cristo diz: "Eu
sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o
que vive e crê em mim não morrerá, eternamente..." (Jo 11.25-26).Em João
8.51 Ele também acentua: "...se alguém guardar a minha palavra, não verá a
morte, eternamente." Se bem que o corpo adormece, o espírito daquele que
crê em Jesus continua vivendo.
Em 2 Coríntios 5.8 está escrito que
"deixar o corpo" significa ao mesmo tempo "habitar com o
Senhor". Em outras palavras: assim que deixamos o corpo estamos com
Cristo.
Romanos 8.10 se refere a uma verdade
espiritual que já aconteceu, mas por outro lado essa verdade também se aplica
ao futuro após a morte: "Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na
verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da
justiça."
Em 1 Tessalonicenses 4.16 lemos acerca
dos "mortos em Cristo". Uma vez que Jesus ressuscitou e vive, também
vivem todos os que dormiram nEle. Espiritualmente eles estão em Cristo e vivem
com Cristo ("Pois a nossa pátria está nos céus" – (Fp 3.20),
fisicamente eles serão ressuscitados.
b) A esperança de estar com Cristo
Mas a realidade é ainda mais
maravilhosa, e isso também faz parte da certeza da salvação e do arrebatamento.
Como cristãos, não dizemos por acaso: "O Senhor levou tal irmão ou tal
irmã". Realmente é verdade que um cristão é buscado por Jesus, enquanto um
não-crente é levado pela morte. A Igreja de Jesus não verá a morte: "Não
queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem,
para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança" (1 Ts
4.13). Os outros estão fora (v.12), não estão em Cristo!
O versículo 14 trata dos que dormem em
Jesus: "Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus,
mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem." Isso fica mais
claro na Edição Revista e Corrigida: "Porque, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com
ele". Os cristãos que morreram foram postos para dormir por Jesus, assim
como uma mãe ou um pai põem seus filhos para dormir à noite. Isso significa na
prática: quando um crente morre, ele é buscado por Jesus, e assim não verá a
morte. Estou convicto de que o Senhor está presente na morte de cada um de Seus
filhos, para levá-los para junto de Si.
c) A garantia de que os mortos virão
com Cristo
A promessa de que Deus, "mediante
Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" é uma afirmação
revolucionária. É importante observar que não está escrito: "trará para
Ele", mas "trará, em sua companhia", ou seja, "trará com
Ele". O próprio Senhor comunica ao apóstolo – e assim a toda a Igreja –
que os mortos em Cristo não serão prejudicados de modo algum, mas que até terão
a primazia.
Quando voltar, Jesus trará consigo os
que morreram nEle, pois eles já estão com Ele (1 Ts 4.14-15), e ressuscitará
seus corpos mortos em primeiro lugar (v.16). Somente depois disso acontecerá a
transformação dos crentes ainda vivos, e então eles serão arrebatados juntos ao
encontro do Senhor (v.17).
Examinemos o versículo 14 em duas
outras versões:
"Visto que nós cremos que Jesus
morreu e depois voltou à vida, podemos também crer que, quando Jesus voltar,
Deus trará de volta com Ele todos os cristãos que já morreram" (A Bíblia
Viva).
"Porque, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a
trazer com ele" (Edição Revista e Corrigida).
Portanto, isso significa simplesmente
que os trazidos com Jesus em Sua vinda são os espíritos sem corpo dos que
morreram em Cristo. Primeiro, seus corpos serão ressuscitados e juntados aos
espíritos. Depois os crentes vivos serão transformados e toda a Igreja será levada
para o céu com Jesus.
O fundamento dessa esperança de
ressurreição foi criado exclusivamente por Jesus através da Sua morte e
ressurreição. Disso consiste a força e o poder da ressurreição. Agora, o que
importa é se cremos na Sua morte e ressurreição (v.14). Certa vez Jesus
perguntou aos Seus discípulos: "Quem dizeis (ou crêdes) que eu sou?"
(Mt 16.15). Então Pedro deu a única resposta certa: "Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo" (v.16). Na sua opinião, quem é Jesus?
Segunda
certeza: o Senhor voltará pessoalmente
"Porquanto o Senhor mesmo...
descerá dos céus..."(1 Ts 4.16). A ressurreição/o arrebatamento será o
momento em que o Senhor Jesus deixará Seu trono no céu e virá pessoalmente ao
encontro da Sua Igreja a fim de levá-la para a casa do Pai. Assim como um noivo
vai ao encontro da sua noiva, o Salvador virá ao encontro dos que comprou pelo
Seu sangue e os conduzirá para Sua glória.
O Senhor não enviará um anjo ou
qualquer outro emissário para fazer isso, Ele virá pessoalmente. Então se
cumprirá literalmente a promessa de João 14.3: "E, quando eu for e vos
preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu
estou, estejais vós também." Assim como Ele em pessoa nos salvou e morreu
na cruz por nós, assim como Ele mesmo foi preparar-nos lugar – Ele voltará
pessoalmente para buscar-nos para Si, para que estejamos onde Ele está. Em
inúmeras passagens do Novo Testamento somos conclamados a esperar a volta de
Jesus a qualquer momento (por exemplo, em 1 Co 11.26; 1 Ts 1.10; Hb 10.37).
Terceira
certeza: a palavra de ordem
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a
sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts
4.16). A Edição Revista e Corrigida diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do
céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro". Segundo meu entendimento, o
próprio Senhor dará esta palavra de ordem, pois Ele é o Soberano a quem todos
os exércitos celestiais obedecem. Isso é indicado nas seguintes passagens:
"Em verdade, em verdade vos digo
que vem a hora e já chegou, em que todos os mortos ouvirão a voz do Filho de
Deus; e os que a ouvirem viverão" (Jo 5.25). Jesus, o Bom Pastor, também
disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me
seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da
minha mão" (Jo 10.27-28). Você já é uma ovelha do rebanho de Jesus? A
resposta a essa pergunta tem importância decisiva em relação à eternidade. Você
já tem um relacionamento pessoal com Jesus, por tê-lO recebido em sua vida (Jo
1.12)? Você pode dizer com certeza que é um filho de Deus? Se não o pode,
pedimos que você dê esse passo decisivo ainda hoje!
• Quando o Senhor Jesus ressuscitou a
Lázaro, lemos que Ele clamou dando uma ordem:"...(Jesus) clamou em alta
voz: Lázaro, vem para fora!" (Jo 11.43). Devemos imaginar o seguinte: no
decorrer dos tempos, milhões de pessoas crentes no Senhor Jesus dormiram, ou
seja, faleceram. Aí chega a hora do arrebatamento. O Senhor se levanta do Seu
trono e clama: "Vem para fora!" Então as sepulturas se abrirão, e
nenhum dos que foram comprados pelo Seu sangue ficará para trás. Não importa se
seus corpos foram queimados, se morreram contaminados por radiação nuclear ou
se estão nas profundezas dos mares – Ele é o Criador, Ele os ressuscitará e os
conduzirá ao encontro de seus espíritos/almas.
• No Salmo 33.9 está escrito acerca
dEle, o Filho do Altíssimo: "Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e
tudo passou a existir" (compare também Is 55.4).
Essa "palavra de ordem" do
Senhor vem da linguagem militar. Ela é semelhante à voz de comando de um
general que chama suas tropas para o combate. Por ocasião do arrebatamento, o
General celestial dará ordem às tropas que lutam por Ele, que deveriam estar
revestidas de toda a armadura espiritual (Ef 6.11ss), para que deixem o campo
de batalha sobre a terra e venham com Ele para a Sua glória.
Quarta
certeza: a voz do arcanjo
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a
sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts
4.16). A designação "arcanjo" se aplica a apenas um anjo na Bíblia,
isto é, a Miguel: "Contudo, o arcanjo Miguel..." (Jd 9). Miguel
significa "Quem é como Deus?" Este anjo é um dos mais importantes em
hierarquia (Dn 10.13).
No tempo de Daniel, Miguel lutou
contra um príncipe dos demônios no mundo celestial e veio ajudar Gabriel, para
que este pudesse confirmar a Daniel que suas orações haviam sido atendidas (Dn
10.12-14 e 21). Anteriormente este arcanjo também lutou com Satanás pelo corpo
de Moisés: "Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava
a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo difamatório
contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" (Jd 9). No
final, Miguel e seus exércitos de anjos lutarão contra os exércitos de demônios
de Satanás, os vencerão e lançarão sobre a terra para que não tenham mais
acesso ao céu (Ap 12.7-9).
Por que se ouvirá a voz do arcanjo
Miguel no momento do arrebatamento? Por que e para que ele levantará a sua voz
– após a palavra de ordem do Senhor para o arrebatamento? A chave ou a resposta
para isso está nas significativas palavras do arcanjo Gabriel ao judeu Daniel:
"Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e
ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso
príncipe" (Dn 10.21). Este arcanjo intervém de modo especial em favor do
povo de Israel: "Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o
defensor dos filhos do teu povo..." (Dn 12.1).
Devemos lembrar que no momento em que
o Senhor Jesus Cristo der a ordem para a ressurreição e para o arrebatamento da
Sua Igreja, a dispensação da graça terminará. Então o "corpo de
Cristo" estará completo, então o Pentecoste em sentido inverso (a retirada
do Espírito Santo) acontecerá e a Igreja será levada para o céu.
Depois disso será restabelecida
novamente uma espécie de "situação do Antigo Testamento" – a conexão
entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Lembremo-nos apenas do quinto
selo e daqueles na Grande Tribulação "...que tinham sido mortos por causa
da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em
grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não
julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap
6.9-10). Conforme meu entendimento, estes não pertencem à Igreja, pois
verdadeiros discípulos de Jesus não pedem vingança. Pelo contrário. Ao morrer
apedrejado pelos fariseus e escribas, Estevão clamou: ‘Senhor Jesus, recebe o
meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz:Senhor, não lhes imputes
este pecado! Com estas palavras, adormeceu" (At 7.59-60).Quanto às
condições típicas do Antigo Testamento durante a Grande Tribulação, lembremos
também das duas testemunhas, que farão milagres, ferirão a terra com toda sorte
de flagelos e farão sair fogo das suas bocas para devorar os inimigos (Ap
11.3-6; compare também Lc 9.54-55).
A Igreja de Jesus era um mistério, ela
foi inserida por Deus entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Depois que
ela for arrebatada, começará a 70ª semana de anos (ligada à 69ª semana) de
Daniel 9. Enquanto a Igreja estiver na casa do Pai celestial, o mundo e Israel
entrarão na Grande Tribulação. Assim, o povo judeu passará outra vez
inteiramente para o centro da ação de Deus. Por isso o príncipe angélico de
Israel entrará novamente em ação (como no caso de Daniel), e levantará a sua
voz. Para quê? Em favor do povo de Israel: "Nesse tempo, se levantará
Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de
angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas,
naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no
livro" (Dn 12.1). "Naquele tempo" significa: quando a Igreja
tiver sido arrebatada, o anticristo tiver aparecido e a Grande Tribulação tiver
começado, o arcanjo Miguel intervirá em favor do povo de Israel, pois então
começará a salvação do remanescente de Israel: "Muitos dos que dormem no
pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e
horror eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do
firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e
eternamente. Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao
tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará... Muitos serão
purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão
perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão" (Dn
12.2-4 e 10). A voz do arcanjo em geral também é entendida como uma chamada
coletiva de reunião e recolhimento dos santos do Antigo Testamento.
Atualmente muitos israelitas já
chegaram ao conhecimento mais elevado que existe: eles creram em Jesus Cristo,
o seu Messias! E o próprio Senhor acrescenta sempre mais judeus à Sua Igreja,
como se conclui pelo seguinte relato:
(...) Cinco pessoas foram batizadas em
outubro. Shalom e Ora, um jovem casal israelense, e duas filhas converteram-se
através de sua vizinha, que freqüenta regularmente a igreja. "É algo
especial", escreve John Pex, "quando jovens judeus reconhecem o seu
Messias – principalmente quando um casal se converte e é batizado".
(...) A loja da Sociedade Bíblica em
Tel Aviv está muito bem localizada e é visitada por muitos israelenses. Andy
Ball, seu diretor, relata o exemplo de uma mulher ortodoxa que comprou um Novo
Testamento na loja: ela queria conhecer a fé cristã em primeira mão. Uma
funcionária do governo queria um Antigo Testamento em árabe para outra pessoa e
nessa oportunidade comprou um Novo Testamento para si própria. A loja bíblica
também abastece outras casas de comércio, universidades e hotéis com Novos
Testamentos, livros e artigos cristãos... (Amzi 3/98)
Ao profeta Daniel foi ordenado:
"Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do
fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará." Que tipo de
saber se multiplicará? Resposta: cada vez mais judeus reconhecerão que Jesus é
o Messias. Já observamos o início disso hoje em dia. O número de membros das
igreja judaico-messiânicas multiplicou-se por 10 nos últimos 30 anos!
Mas, voltando à voz do arcanjo:
podemos imaginar que Miguel acompanhará o Senhor quando Ele vier buscar a Sua
Igreja. A Bíblia Viva diz: "Pois o próprio Senhor descerá do céu com um
potente clamor, com o vibrante brado do arcanjo e com o vigoroso toque de
trombeta de Deus" (1 Ts 4.16). Evidentemente o Senhor não teria
necessidade desse acompanhamento, mas parece que o arcanjo Miguel é o guerreiro
que atua nos ares contra Satanás (Daniel 10), e como Israel terá entrado em
cena novamente, o arcanjo intervirá lutando em favor do povo da aliança de
Deus.
O arrebatamento da Igreja de Jesus
(toda pessoa salva, seja judeu ou gentio, será retirada da terra) provocará um
golpe repentino, dramático e inimaginável na história da humanidade que ficará
para trás. Esse acontecimento revolucionário desencadeará uma série de outros
acontecimentos subseqüentes. Queremos destacar um deles:
Em Israel irromperá um avivamento
Romanos 11.25 diz de maneira bem
clara: "Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não
sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até
que haja entrado a plenitude dos gentios (na Igreja de Jesus)." Quando a plenitude
dos gentios (das nações) tiver entrado no "corpo de Cristo", ele será
levado para o céu. Aí terminará o endurecimento de Israel, sua cegueira
acabará.
Então muitos judeus chegarão ao saber
de Daniel 12.4, entendendo que o Senhor Jesus é o seu Messias. É muito provável
que nos dias após o arrebatamento milhares e milhares de judeus se converterão
a Jesus, à semelhança do que aconteceu no começo da Igreja no livro de Atos.
Então brotará e nascerá a semente do Evangelho espalhada oralmente e de forma
impressa pelos judeus messiânicos, que nesse tempo também terão sido
arrebatados. Os que ficarem para trás, familiares, amigos, colegas, etc.,
procurarão Bíblias, livros e outras publicações cristãs deixadas pelos
arrebatados. Eles se lembrarão daquilo que leram e ouviram, de comentários
bíblicos e pregações sobre a esperança pelo Messias. Essa esperança já germina
atualmente no coração de muitos judeus.
Depois do arrebatamento aparecerão
também os 144.000 selados de Israel (Ap 7.4-8) e as duas testemunhas (Ap 11.3ss).
Cada vez mais judeus se converterão e levarão o Evangelho ao seu próprio povo e
aos gentios. Nisto os judeus terão uma grande vantagem, pelo fato de terem sido
espalhados por todo o mundo e dominarem muitas línguas diferentes.
Mas, para sermos exatos, devemos dizer
também que nem todos os judeus se converterão. Muitos, especialmente os ligados
ao governo, farão a aliança com o anticristo, isto é, com o líder romano
[europeu] (Dn 9.26-27; Ap 13.1; Is 28.14-16). Quando fala desse tempo, também
Daniel diz que muitos serão purificados (converter-se-ão), mas muitos
permanecerão ímpios; que muitos entenderão, mas muitos outros não entenderão
(Dn 12.10). Apenas um remanescente será salvo, como se vê claramente em outras
passagens das Escrituras (por exemplo, em Rm 9.27; Ez 20.33-38). Mas atrás de
todo esse remanescente crente se colocará o arcanjo Miguel como príncipe de
Israel. No arrebatamento ele levantará a sua voz, porque terá chegado sua hora
para agir em favor do remanescente de Israel.
Como vimos, em nossos dias muitos
israelitas estão crendo no seu Messias, em Jesus Cristo. Será que o Senhor está
preparando o Seu povo para o arrebatamento e a Grande Tribulação? Será que Ele
o faz porque a hora já está muito adiantada?
Quinta
certeza: a trombeta de Deus
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a
sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts
4.16). A trombeta de Deus aqui mencionada é a mesma de 1 Coríntios 15.52:
"...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados." Esta trombeta de Deus chamará todos os santos de
todos os tempos para a casa do Pai.
Por que ela é chamada de "última
trombeta"? Porque então a dispensação da graça chegará ao fim. A
dispensação da anunciação do Evangelho da graça começou com uma
"trombeta" e terminará com uma trombeta. Por que ela começou com uma
"trombeta"? Porque podemos dizer que a pregação do Evangelho
"repercutiu", "ressoou" ou foi "trombeteada". Por
exemplo, a frase: "Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor..."
(1 Ts 1.8), significa literalmente: "porque vocês trombetearam a palavra
do Senhor". Em Romanos 10.18 está escrito: "Mas pergunto: Porventura,
não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas
palavras, até aos confins do mundo."
A trombeta do Evangelho conclamando
para a salvação em Jesus Cristo ressoou por quase dois mil anos. Em breve se
ouvirá a última trombeta, o Evangelho deixará de ser pregado, a dispensação da
graça chegará ao fim e a Igreja estará concluída, a sua plenitude terá sido
alcançada. A Igreja será chamada para subir à casa do Pai.
Em que será que pensaram os tessalonicences,
que em grande parte eram judeus, quando Paulo escreveu sobre a trombeta? O
Apocalipse ainda não existia, portanto eles ainda não sabiam nada sobre as sete
trombetas de juízo ali descritas. Por isso, certamente eles pensaram na
trombeta da salvação de Números 10.2-10. Nesse trecho do Antigo Testamento são
mencionadas duas trombetas que eram tocadas em certas ocasiões. A ordem de Deus
dizia: "Faze duas trombetas de prata; de obra batida as farás;
servir-te-ão para convocares a congregação e para a partida dos arraiais"
(Nm 10.2). Por um lado, portanto, estas trombetas de prata eram tocadas para
convocar, chamar, juntar e reunir, e por outro lado para levantar acampamento e
partir. Isso não tem sentido profético? Convocação (chamamento) = pregação do
Evangelho para vir a Jesus ("muitos são chamados..."), até que a
plenitude estiver reunida. Partida = ressurreição/arrebatamento para a casa do
Pai.
É interessante verificar que essas
trombetas deviam ser confeccionadas de prata. Que prata era usada para essa
finalidade? O siclo de prata do resgate [salvação] (Êx 30.12-13). Esses siclos
eram dados como pagamento de resgate pela vida dos israelitas, para que não
houvesse entre eles nenhuma praga. Isso também nos faz lembrar das 30 moedas de
prata que foram pagas pela prisão do Senhor Jesus, que obteve a nossa salvação
na cruz.
As diferentes maneiras de tocar as
trombetas significavam, entre outras coisas, o seguinte:
a) Quando as duas trombetas eram
tocadas de maneira normal, isso servia para o chamamento e ajuntamento de toda
a congregação na porta da tenda da congregação (Nm 10.3) = um chamamento para
salvação.
b) Quando as trombetas eram tocadas a
rebate, fortemente, como "sinal de alarme", isso indicava a ordem
para partir. O último toque da trombeta era o sinal para juntar os pertences e
partir = uma maravilhosa ilustração do arrebatamento.
Agora ainda ressoa a trombeta do
Evangelho para chamamento e ajuntamento. Mas quando for tocada a última
trombeta de Deus como "sinal de alarme" para o arrebatamento, ao
mesmo tempo isto será um sinal para o ajuntamento de Israel, porque então terá
chegado o tempo do seu salvamento. É o que se conclui de Números 10.9:
"Quando, na vossa terra, sairdes a pelejar contra os opressores que vos
apertam, também tocareis as trombetas a rebate, e perante o SENHOR, vosso Deus,
haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos."
Depois do arrebatamento virá o
opressor, o anticristo, mas o Senhor se lembrará de Israel e no final salvará o
Seu povo. Isaías 27.12-13 anuncia isso de maneira muito bonita: "Naquele
dia, em que o SENHOR debulhará o seu cereal desde o Eufrates até ao ribeiro do
Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. Naquele dia, se
tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e
os que forem desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao
SENHOR no monte santo de Jerusalém."
Pelos motivos já mencionados e os que
vamos acrescentar, a trombeta de Deus para o arrebatamento, segundo o meu
entendimento, não equivale às sete trombetas do Apocalipse (capítulos 8-11).
• A trombeta de Deus para o
arrebatamento anuncia a conclusão da era da graça. Trata-se da trombeta da
salvação. No seu som temos a salvação, o perdão e a vitória do Evangelho. Ela
ressoa principalmente para a Igreja, mas também para Israel, no sentido de que
então o remanescente será reunido.
• As trombetas tocadas pelos anjos em
Apocalipse, entretanto, são todas trombetas de juízo sobre o mundo das nações
que rejeitou a Cristo. Além disso, os vinte e quatro anciãos (a Igreja, veja Ap
4.9-11) já se encontram no céu por ocasião da sétima trombeta e anunciam a
volta de Jesus e Seu reino (Ap 11.15-17ss).
• É muito interessante observar que
outras traduções de 1 Tesalonisences 4.16, por exemplo a Edição Corrigida e
Revisada, dizem: "...Porque o mesmo Senhor descerá do céu... com a trombeta
de Deus...". Isto quer dizer que o próprio Senhor – como Sumo Sacerdote da
Sua Igreja – tocará a trombeta, porque ela estará na Sua mão. Ele mesmo chamará
os Seus para casa. Ele mesmo dará a ordem e o sinal para a retirada da Sua
Igreja. Segundo o meu entendimento, isso também é o mais provável, pois a
trombeta é chamada de "trombeta de Deus", e Jesus Cristo é Deus (Tt
2.13; 1 Jo 5.20). Por que não seria o Salvador que haveria de chamar os Seus
salvos? Aliás, no Antigo Testamento apenas os sacerdotes podiam tocar as
trombetas. E Jesus é o Sumo Sacerdote, não um anjo qualquer. As sete trombetas
de juízo (Ap 8.6-9,12; 11.15) são empunhadas e tocadas por anjos. Por isso,
deve haver uma diferença entre a trombeta do arrebatamento e as sete trombetas
de juízo.
Sexta
certeza: ressurreição e arrebatamento
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a
sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens,
para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o
Senhor" (1 Ts 4.16-17). Não se trata aqui de uma ressurreição geral.
Somente os mortos emCristo e os vivos em Cristo serão ressuscitados ou
transformados. Todos os demais mortos permanecerão nas suas sepulturas até o
dia do juízo final. O que é descrito aqui é uma ressurreição seletiva dentre os
mortos e realmente diz respeito somente àqueles que estãoem Cristo.
Em João 5.28-29 o Senhor mencionou
duas diferentes ressurreições: "Não vos maravilheis disto, porque vem a
hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os
que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; os que tiverem praticado o
mal, para a ressurreição do juízo." E quando Jesus desceu do monte com
Seus discípulos depois da Sua transfiguração, Ele lhes disse algo que muito os
admirou e que até então eles ainda não tinham ouvido. Trata-se de uma expressão
totalmente nova em relação ao arrebatamento: "Ao descerem do monte,
ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em
que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. Eles guardaram a
recomendação, perguntando uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os
mortos?" (Mc 9.9-10).
Jesus foi o primeiro que ressuscitou
dentre os mortos (At 26.23; Cl 1.18; 1 Co 15.20). Também 1 Coríntios 15.23 fala
disso: "Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias;
depois, os que são de Cristo, na sua vinda." Esta afirmação, em conexão
com 1 Tessalonicences 4.16, explica que todos os que estão em Cristo
ressuscitarão dentre os mortos. Esta é a chamada "primeira
ressurreição" (Ap 20.5-6). As outras pessoas, as que não estavam em Jesus,
que não pertenciam a Ele pela fé salvadora e, assim, não tinham um
relacionamento pessoal com Ele, serão ressuscitadas mil anos mais tarde e então
irão para o inferno (Ap 20.11-15).
Na primeira ressurreição/arrebatamento
o Senhor Jesus deixará o Seu trono e, vindo do céu (da casa do Pai), aparecerá
nos ares (1 Ts 4.17). Ele não virá de maneira visível sobre a terra, mas
permanecerá na atmosfera superior. Os espíritos/almas dos que dormiram nEle O
acompanharão, como provavelmente também o arcanjo Miguel. Então serão ressuscitados
primeiro os corpos dos que morreram em Cristo. Logo a seguir, os corpos dos que
ainda estiverem vivos serão transformados. Então a Igreja será arrebatada
coletivamente ao encontro do Senhor nos ares, entre nuvens, e Ele levará Sua
noiva para a casa do Pai. A Igreja terá então deixado seu lugar na terra e João
14.1-6 estará cumprido. Tudo isso naturalmente acontecerá numa fração de
segundos (comp. 1 Co 15.51-53).
Sétima
certeza: estar para sempre com o Senhor
"...e, assim, estaremos para
sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas
palavras" (1 Ts 4.17-18). Esta garantia: "...estaremos para sempre
com o Senhor", é um consolo eterno acima de tudo o que é passageiro neste
mundo... A partir desse momento, nada mais estará sujeito à morte para qualquer
filho de Deus. Todas as tristezas do passado, todas as misérias e tentações,
todas as perguntas, tudo será esquecido e respondido por este fato:
"...estaremos para sempre com o Senhor." "Estaremos para sempre
com o Senhor" significa que a Igreja estará sempre onde Jesus estiver; ela
participará de toda a Sua riqueza divina. Então se cumprirá o que está escrito
em Tito 2.13:
"...aguardando a bendita
esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo
Jesus."
"Aguardando ansiosamente aquele
tempo quando se verá a sua glória – a glória do nosso grande Deus e Salvador
Jesus Cristo" (A Bíblia Viva).
Mas quem não tem Jesus cai num abismo
insondável de desespero. Aquele que não tem Jesus perde a bendita e eterna esperança.
Justamente nesta passagem da ressurreição e do arrebatamento, a Bíblia nos
mostra que haverá pessoas que estarão dentro (1 Ts 4.16) e pessoas que estarão
fora (v.12), que haverá pessoas cheias de esperança e pessoas sem esperança
(v.13), pessoas que estarão para sempre com o Senhor e pessoas eternamente
separadas dEle (v.17), pessoas consoladas e pessoas sem consolo (v.18). Aquele
que nãoestá em Cristo não tem nenhum relacionamento com Deus; tal pessoa está
"fora", sem esperança, porque não tem lar. Uma pessoa sem Jesus
ficará eternamente sem consolo e sem paz.
Como você pode ganhar o direito de
morar na casa do Pai celestial, adquirir a esperança de "estar para sempre
com o Senhor" e transmitir esse consolo também para outros? Decidindo-se
por Jesus Cristo e por Sua obra de salvação consumada na cruz – também por
você. Se você aceitar isso pela fé, 1 Tessalonicenses 4.14-18 realmente se
cumprirá também em sua vida. Por isso, decida-se totalmente por Jesus Cristo, o
Filho do Deus vivo! A Palavra do Deus Eterno lhe diz em Jó 11.13 e 18: "Se
dispuseres o coração e estenderes as mãos para Deus... Sentir-te-ás seguro,
porque haverá esperança".