terça-feira, 25 de junho de 2024

Permanecer em Cristo

A relação entre a Videira e os ramos. 

E alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” João 15:6; se Arão e os filhos foram fiéis, porque Anás e Caifás, agora seus substitutos, não foram? Eles estavam ligados em Abraão, mas não estavam ligados em Deus, e assim acontecia com os escribas e fariseus. Há também muitos que estão ligados a igreja, mas não são ligados ao Senhor Jesus Cristo, razão pela qual serão cortados. Precisamos ser cuidadosos em perceber que nem todos que estão entre nós, são dos nossos. (I João 2:19). Assim como na comunidade de Israel havia sacerdote convertidos a Deus, havia também sacerdote que eram filhos de Belial, não temia ao Senhor. Sempre houve  e os adoradores de Deus e os consumidores de culto, sempre houve os fiéis e os infiéis dentro de um mesmo contexto religioso. Os meramente professos, o joio no meio do trgo, palha e o grão, os bodes e as ovelhas, em seu tempo serão separados uns dos outros. O Senhor da vinha  - o agricultor – fará isso.

Que cada um de nós encontremos na figura da metáfora aprovada, e não nos elementos descartados.

Laguna 25/06/2024

Gercino M,Araujo

quarta-feira, 19 de junho de 2024

As Promessas Que Repousam Em Três Pilares: A Verdade, o Amor e o Poder

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. João 14:1-2;

Introdução: As palavras do Mestre agora têm um tom de consolo (não se turbe), mas quais seriam as perturbações em que os discípulos estavam passando ou passariam? Naquela comunidade de 12 homens tinha um traidor, um mentiroso. Pedro, e os demais si esconderiam da perseguição que se levantaria aos seguidores de Cristo depois de sua prisão. Eles e sentiam confortáveis em qualquer situação se o Senhor estivesse perto. Mas agora o Senhor anuncia sua ausência (João 13:1) e os discípulos precisam aprender a viver em comunhão com Ele sem a presença física do Senhor.

Uma Nova Casa: A promessa de uma nova casa está inserida no v 2. E isso indica diversas coisas 1) não haverá mais guarida permanente para os seguidores do Senhor neste mundo. O mundo os odiará, pois se aborreceram ao Senhor, aborrecerão a eles também. 2) A fé será exigida com ticket de passagem para essa transferência; “Credes em Deus e credes também em mim”  (seis vezes encontramos o verbo “crer” explicitamente e outras vezes subentendido) só nestes versos sugerido): 3) O Senhor os consola dizendo que sua retirada será substituída por um outro consolador. (ES), que ficará com eles até ao dia da definitiva transferência para a referida morada 9João 14:16-31); 4) Os laços de comunhão se desenvolveram e criaram profundas raízes entre os discípulos e o seu Mestre  durante os três anos de ministério de Cristo, mas a retirada de cena do Mestre deixa os discípulos entristecidos e sem norte , o reencontro é certo, mas ainda estará distante, o reencontro é uma promessa que terá três pilares de sustentaçã

1º Pilar – A Verdade – Durante o ministério de Jesus Cristo os discípulos amaram e admiraram pelo fato de que Ele em seus lábios nunca foi encontrado a mentira. (Mat 24:35), nunca defendeu a injustiça, antes pelo contrário; em sua conduta aborreceu profundamente a “Prima da mentira” - a hipocrisia. Embora todo homem seja pecador, todo homem sabe que ao mentiroso e ao hipócrita é bom evitar. Sendo assim, ainda que a promessa fosse grandiosa, ela merecia crédito, pois fiel era o que estava prometendo.

2º Pilar – O amor – “...Sabendo Jesus que era chegado a hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estava no mundo, amou-o até o fim” (Jo 13:1). Certamente os discípulos tinham uma mistura de sentimento com o tom de despedida do Senhor Jesus; medo de ficarem sozinhos, a saudade antecipada por saber que aquele que eles amavam iria se retirar. A despedida só dói em que ama! Parece que Cristo tem dó dos seus discípulos ao vê-los perturbados com sua despedida, mas descansa na certeza de que a morada para eles será preparada por Ele mesmo, também o Filho de Deus descansa no fato de que será Ele quem virá buscá-los no dia em que o Pai determinar.

3º Pilar – Seu Poder – A questão de toda promessa é se .a possibilidade de ser cumprida. Os homens públicos são peritos em fazer promessas em ocasiões de pleito eleitoral, não basta querer fazer, e necessário saber se há possibilidade real de fazer. Os discípulos visualizaram três dificuldade: a providencial atual, os problemas do ponto de vista do pecado e do futuro. Todas ela tem solução, uma só fonte: a fé. “Credes em Deus, credes também em mim”. Jesus já havia afirmado: “ Toda a autoridade me foi dada no Céu e na terra” (Mat 28:18). Fiel é o que prometeu.

Promessa Feita, Perguntas Surgiram – “..como saber o caminho”?  O caminho foi apresentado Ele é o caminho, Ele é a porta, e dependendo das circunstâncias, Ele também é a saída; se houver lágrimas, Ele as enxugará, Ele é o consolo, se houver dúvidas, Ele é a resposta, se o coração temer, Ele será nossa âncora. Suas promessas são feitas por amor; seu poder para cumpri-las alimenta nossa esperança de que não corremos a carreira em vão.

Conclusão – Tendo passado cerca de 2 mil anos da promessa feita, e verdade que ele cuidou dos seus, o poder do mal não pode contra a Igreja do Deus vivo. O outro Consolador a nós enviado, cuidou dos creram antes de nós, tem cuidado de nós e cuidará até o fim. A ausência física do Senhor não nos escondeu dos seus olhos e mão fomos abandonados um dia sequer. Sendo assim estou certo de que a morada prometida, construída no fim do caminho, já está preparada “Cres tu nisto? 

Laguna SC 19/06/2024

Bibliografia: Revista da EBC.

Igreja dos Irmãos,

 Gercino M. Araujo

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Considere as armadilhas das Aposentadorias

Texto extraído do Livro “A caminho de Casa” do Billy Graham.

“Durante a minha carreira, estive cercado de pessoas com as quais gostava de trabalhar”, um homem disse ao um amigo meu. “Sempre me senti como parte importante de um time. Mas, agora ninguém me liga, me sinto inútil. Pensei algumas vezes ir ao escritório para ver como todos estavam, porém me senti quase como um intruso”. Solidão, perda de objetivos, ansiedade medo do futuro: estas e outras emoções são comuns entre os aposentados. Infelizmente alguns não conseguem lidar com sua nova situação, e um número surpreendentemente grande de aposentados sucumbem à doenças após um ano de aposentado apenas. “O atestado que assinei dizia que ele morreu consequência de AVC, o que estava correto do ponto de vista médico”. Disse um médico a respeito de um de seus pacientes recem-aposedntado. “No entanto acredito que ele realmente morreu devido a um coração partido. Ele se sentia inútil e não queria mais viver”. Levem essas armadilhas em consideração quando pensarem em aposentar e faça tudo o que puder para se preparar para as mudanças que inevitavelmente virão com a aposentadoria. Deus não quer que você termine seus dias se sentindo inútil e deprimido. Ele também não quer que você tome decisões intempestivas sobre o seu futuro. Não decida se aposentar antes de refletir e planejar cuidadosamente ou sem ter certeza que é Deus quem está guiando, pois a Bíblia diz: “o prudente atenta para os seus passos”. (Prov 14:15). Gercino

terça-feira, 11 de junho de 2024

Predestinação e Eleição: Daniel Conegero

A predestinação é uma doutrina bíblica que se refere ao propósito soberano de Deus em relação a suas criaturas. A predestinação está diretamente ligada à doutrina da eleição e, juntas, eleição e predestinação devem ser abordadas à luz do estudo bíblico acerca da providência de Deus – a doutrina que afirma a soberania divina no governo de tudo o que acontece.

 Mas eleição e predestinação são temas sempre muito debatidos entre os cristãos. Inclusive, infelizmente algumas pessoas tentam negar que eleição e predestinação sejam conceitos bíblicos. Mas ainda que alguém se sinta ofendido, é inegável que a Bíblia realmente fala em eleição e predestinação.

 Por isso, todos os cristãos genuínos reconhecem a predestinação como legítima e a eleição como um ato de Deus, embora discordem sobre como tudo isso acontece. Esse debate sobre eleição e predestinação é representado na atualidade especialmente por dois grupos: calvinistas e armenianos.

 O primeiro grupo crê que a eleição e a predestinação são incondicionais; enquanto o segundo grupo crê que são condicionais. Então tanto o Calvinismo quando o Arminianismo defende que a Bíblia ensina a eleição e a predestinação. Também é verdade que o Calvinismo não se resume apenas a essa questão. Porém, todos os que defendem uma predestinação incondicional são popularmente apelidados de “calvinistas”.

 Neste estudo bíblico conheceremos o que a Bíblia diz sobre predestinação e eleição. Também abordaremos da forma mais objetiva possível as duas principais interpretações cristãs sobre esse assunto. Mas não será nosso objetivo aqui defender uma ou outra posição.

 O significado de predestinação

A palavra “predestinação” traduz o termo grego proorizo, que significa “pré-determinado”, “destinado de antemão” ou “previamente decidido”. Esse termo aparece seis vezes no Novo Testamento. Em algumas referências bíblicas ele se refere à predeterminação por parte de Deus dos acontecimentos da história do mundo (Atos 4:28; 1 Coríntios 2:7).

 Em outras referências, esse termo fala da predestinação acerca do destino final dos indivíduos, especialmente com relação à salvação (Romanos 8:29-30; Efésios 1:5,11). Por isso a teologia estabelece uma diferença entre predestinação e predeterminação – ambas dentro dos decretos de Deus.

 A predestinação está relacionada ao destino eterno dos indivíduos (salvação e reprovação). Já a predeterminação trata acerca de todos os outros acontecimentos da história mundial.

 Eleição, predestinação, reprovação e presciência

Não tem como falar de predestinação sem falar de eleição. E além de “eleição” e “predestinação”, um terceiro vocábulo teológico também precisa ser considerado: “presciência”. Então definindo os termos, a eleição indica o ato de Deus separar alguns indivíduos de entre a raça humana caída para a salvação. A eleição desses indivíduos ocorreu antes da fundação do mundo (Efésios 1:1-13).

 Mas a palavra “eleição” aparece na Bíblia em diferentes sentidos. A Bíblia fala da eleição de Israel como um povo separado para um serviço especial (Deuteronômio 4:37; Oséias 13:5). Também fala de alguns indivíduos que foram eleitos para desempenharem um determinado ofício ou serviço (Deuteronômio 18:5; 1 Samuel 10:24; Jeremias 1:5; Atos 9:16). E por fim, de fato a Bíblia fala sobre a eleição de indivíduos para serem recebidos como filhos de Deus através da obra redentora de Cristo (Mateus 22:14; Atos 13:48; Romanos 1:5; Efésios 1:4).

 Já a predestinação, quando relacionada à eleição, deve ser entendida como sendo o destino dado por Deus aos eleitos. Essa destinação ocorreu também na eternidade. Por isso é usado o termo “predestinação”.

 Os não-eleitos recebem a reprovação por parte de Deus por causa de seus pecados. Isso significa que a reprovação é o oposto da eleição. Os que não são eleitos e predestinados à vida eterna, são naturalmente destinados à condenação. Essa reprovação é o ato da justiça divina punindo os pecadores por seus próprios pecados.

 Já a palavra “presciência”, basicamente indica a realidade de que Deus conhece todas as coisas antes que elas aconteçam. Saiba o que é a presciência de Deus.

 Os objetos da eleição e predestinação

Num certo sentido, eleição e predestinação abrangem todas as criaturas racionais. Isso significa que a predestinação inclui não apenas os homens, mas também os anjos. O Novo Testamento fala acerca de anjos eleitos – o que naturalmente resulta na existência de anjos não-eleitos (1 Timóteo 5:21).

 No caso dos anjos, eleição e predestinação devem ser entendidas não da mesma forma da eleição e predestinação dos homens. Pode-se entender que os anjos eleitos são aqueles que, pela graça soberana de Deus, perseveraram em santidade. Diferentemente de outros, eles guardaram seu primeiro estado (2 Pedro 2:4; Judas 6).

 A Bíblia também ensina que o próprio Cristo, como o Mediador, também foi objeto da predestinação de Deus (Atos 2:23; 1 Pedro 1:20; 2:4). Desde a eternidade o Filho de Deus foi escolhido para redimir pecadores.

 A base da eleição e predestinação

Aqui é onde começa os debates acerca da eleição e predestinação. Alguns entendem que a eleição e predestinação configuram um ato soberano de Deus com base em sua livre vontade. Assim, os critérios pelos quais Deus elegeu e predestinou aqueles que fariam parte de seu povo, são desconhecidos do homem. Tudo o que se sabe é que essa escolha e predestinação não tem sua origem e causa no próprio eleito e predestinado.

 Quem pensa assim, também crê que a eleição e a predestinação tratam de indivíduos. Isso significa que Deus escolheu e predestinou pessoas em particular para a salvação em seu Filho, Jesus.

 Outros entendem que a base da eleição e predestinação é a presciência divina acerca da fé. Isso significa que Deus sabia antecipadamente que algumas pessoas iriam crer em Cristo por sua livre vontade, aceitando-o como Salvador. Deus então elegeu e predestinou essas pessoas com base no que Ele viu antecipadamente.

 A primeira interpretação é comum ao Calvinismo, e a segunda interpretação é comum ao Arminianismo. Para que isso fique mais claro, a seguir veremos os pontos básicos acerca da eleição e predestinação nessas duas linhas de interpretação.

 Eleição e predestinação no Arminianismo

Ao contrário do que alguns pensam, o Arminianismo também crê na eleição e predestinação. Mas na perspectiva arminiana, eleição e predestinação são condicionais. O significado disso é que antes da fundação do mundo Deus elegeu e predestinou certos indivíduos para a salvação. Porém, essa eleição e predestinação foram baseadas no conhecimento antecipado do Senhor.

 Então para o Arminianismo, Deus previu a fé de certas pessoas em Cristo, e a estas Ele elegeu. Então na eternidade Deus observou pelo corredor do tempo quais escolhas suas criaturas fariam no exercício de seu livre-arbítrio. Assim, Ele previu aqueles que responderiam favoravelmente ao Evangelho de Cristo, e elegeu e predestinou essas pessoas. Saiba o que a Bíblia diz sobre o livre-arbítrio.

 Dentro do Arminianismo também há uma discussão acerca dos objetos da eleição e predestinação. Alguns entendem que a eleição e predestinação se referem especialmente a indivíduos. Outros sugerem uma eleição e predestinação coletivas.

 Aqueles que defendem a eleição e predestinação coletivas, dizem que Deus elegeu um grupo para a salvação: a Igreja. Então todos aqueles que fazem parte desse grupo eleito estão predestinados à salvação. Mas se porventura o indivíduo deixar o grupo eleito, ele também deixará de ser predestinado à salvação. Assim, a pessoa pode livremente optar por não pertencer ou não pertencer ao grupo eleito.

 Mas muitos arminianos reprovam essa posição e defendem que a eleição e predestinação divinas aplicam-se a indivíduos e, por isso, ocorrem sob a base da presciência.

 A predestinação é pela fé prevista

A visão arminiana clássica enfatiza que a Bíblia ensina que a eleição e predestinação ocorrem pela presciência de Deus. Os textos mais utilizados são Romanos 8:29 e 1 Pedro 1:2. Assim, essa interpretação defende que Deus viu quem iria crer e aceitar a Cristo atendendo o chamado do Evangelho.

 A salvação é unicamente pela graça de Deus e não considera os méritos humanos. Porém, a disposição em crer, bem como a própria fé, dependem da vontade humana. Portanto, aqui há a defesa de um sinergismo entre a graça de Deus e o arbítrio humano.

 Em várias passagens a Bíblia convida o homem a tomar uma decisão (Apocalipse 3:20). Então na eternidade Deus viu e considerou a decisão de cada um. Além disso, a Bíblia mostra que cada pessoa precisa perseverar até o fim para ser salvo. Isto mostra a condicionalidade da fé para a eleição e predestinação (Mateus 10:22; 24:13). Por tudo isso os arminianos clássicos defendem que a predestinação é pela presciência.

 Principais argumentações da predestinação no Arminianismo

Nem todos os Arminianos assumem tais argumentações. Mas no geral, as argumentações abaixo são as mais populares entre os que defendem a predestinação na visão arminiana e contestam a predestinação na visão calvinista.

 1. Se Deus predestinou alguns e reprovou outros simplesmente com base em sua vontade, então Ele foi arbitrário. Nesse caso, Ele agiu com injustiça quando resolveu conceder apenas a algumas pessoas o dom da salvação. Um Deus que é amor, e que ama o mundo, não poderia deixar suas criaturas à perdição eterna sem considerar a decisão de cada uma delas (João 3:16).

 2. Se a eleição e predestinação não fossem pela presciência divina, então os homens seriam seres autômatos. Em outras palavras, as pessoas seriam como robôs pré-programados, e não amariam a Deus de forma espontânea e livre.

 3. Se a eleição e predestinação fossem de forma incondicional, um indivíduo não-eleito, mesmo querendo ser salvo e crendo em Jesus, seria condenado por não ser eleito.

 4. Deus quer que todos os homens venham a arrepender-se. Ele deseja que todos sejam salvos (1 Timóteo 2:4; 2 Pedro 3:9). Além disso, Deus não faz a acepção de pessoas (Atos 10:34; 2:11). A eleição e predestinação no formato incondicional contradizem tais verdades bíblicas.

 5. Se Deus predestinou o homem de forma incondicional, então não há necessidade de evangelizar. O evangelismo é inútil porque todos os eleitos e predestinados necessariamente serão salvos.

 6. A predestinação incondicional pode levar alguém a viver uma vida de pecado. Isso porque, eleito e predestinado, o crente não corre o risco de perder sua salvação.

 7. A predestinação incondicional causa dúvida nos crentes. Eles não conseguem ter a certeza da salvação, pois não sabem se são ou não são predestinados à salvação.

 Eleição e predestinação no Calvinismo

Se a eleição e predestinação no Arminianismo é condicional, no Calvinismo é incondicional. Deus, na eternidade, escolheu e predestinou alguns indivíduos para salvação através de seu Filho.

 Essa eleição e predestinação tiveram como base o seu santo, justo e soberano conselho. Foi pelo beneplácito de sua vontade que Ele dispensou sua graça salvadora aos eleitos (Efésios 1). O critério, causa e razão das escolhas de Deus são misteriosos aos homens. Tudo o que sabemos é que a eleição e predestinação não implicam numa injustiça da parte de Deus.

 A posição calvinista lembra que quando Deus elegeu e predestinou àqueles que seriam seus, sua bondade, justiça, integridade, imparcialidade, santidade e sabedoria estavam envolvidas. Certamente o Deus que é infinitamente santo, justo, sábio e misericordioso soube escolher melhor do que os homens escolheriam.

 Na verdade é preciso admitir a nossa limitação diante dos inescrutáveis decretos de Deus. Ele predeterminou todas as coisas de um modo que Ele não é o autor do mal moral, e nem de um modo que viola a vontade de suas criaturas e a responsabilidade delas.

 Dentro do Calvinismo há ainda uma discussão com relação à reprovação dos não-eleitos. Alguns estudiosos sugerem uma dupla predestinação, isto é, uma predestinação à salvação e outra à perdição. Outros estudiosos simplesmente falam sobre a predestinação dos eleitos e adotam a indiferença quanto aos reprovados.

 Dessa forma, Deus predestinou os eleitos à salvação, e simplesmente deixou os demais indivíduos entregues a suas próprias concupiscências. Não haveria necessidade de predestiná-los à perdição, pois os reprovados são condenados com base em sua própria culpa.

 A predestinação não é pela fé prevista

O Calvinismo rejeita a eleição e predestinação com base na fé prevista. O argumento é que em nenhum lugar na Bíblia a presciência de Deus é aplicada à fé, escolhas ou ações dos homens. Nos textos bíblicos Deus sempre prevê pessoas. A Bíblia diz que Deus conheceu pessoas de antemão, e não suas ações. Claro que Deus conhece suas ações, obras e decisões, mas o foco está nas pessoas. Além disso, a presciência de Deus não é simplesmente uma mera previsão ou apenas uma cognição prévia.

Quando a palavra “presciência” é aplicada a Deus no Novo Testamento, ela também implica na ideia de relacionamento especial. Na Bíblia, quando Deus conhece alguém isso indica um ato de favor e consideração afetuosa (Êxodo 33:17; Amós 3:2; João 10:14). A presciência trata desse conhecimento que indica relacionamento.

Assim, o texto de 1 Pedro 1:2, por exemplo, que diz: “eleitos segundo a presciência de Deus Pai”, deve ser interpretado como: “escolhidos antecipadamente segundo o propósito de Deus”. Algumas traduções bíblicas revisadas já adotam essa tradução que se harmoniza melhor ao contexto da passagem.

 A questão é que no mesmo capítulo o apóstolo usa o mesmo termo grego, prognosko, para se referir à escolha de Cristo como redentor (1 Pedro 1:20). Isso significa que se a presciência no versículo 2 for meramente uma previsão, o mesmo também deverá ocorrer no versículo 20. O resultado então seria afirmar que Deus apenas previu a pessoa de seu Filho. Consequentemente, a obra da redenção não teria sido um plano eterno, mas uma simples previsão.

 Romanos 8:28 e 29 também ajuda a entender que a presciência da fé não é a base da eleição. Paulo fala que aqueles a quem Deus conheceu de antemão, a estes Ele predestinou. Se o texto for isolado neste ponto, realmente a presciência parece ser a base da predestinação.

Porém no versículo anterior, o apóstolo esclarece que aqueles a quem Deus conheceu de antemão são aqueles que o amam. Daí alguém pode questionar acerca de quem são aqueles que amam a Deus. Mas o mesmo apóstolo responde: “aqueles que são chamados segundo o seu decreto”. Portanto, a base de tudo é o decreto de Deus (cf. Salmo 2:7).

Além disso, se a eleição e predestinação fossem com base na fé prevista, então elas não seriam eleição e predestinação, mas simplesmente uma constatação. Em outras palavras, Deus apenas teria constatado aqueles que, por livre vontade, iriam escolher a salvação. Em ultima instância, isso não seria uma predestinação divina, mas uma auto-predestinação humana. Na verdade a escolha do homem é que contaria, e não a escolha de Deus. A vontade do homem prevaleceria sobre a vontade de Deus.

 Então o cenário seria o seguinte: Deus desejou salvar o homem e providenciou um plano para isto. Mas no final das contas, o homem é quem decidirá se irá querer ou não ser salvo e se frustrará ou não o plano de Deus. Se isso fosse verdade, o resultado seria que Deus não providenciou a salvação, mas apenas ofereceu ao homem uma possibilidade de salvação. Mas sobre isso, o apóstolo Paulo escreve que a escolha de Deus “não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Romanos 9:16).

Dentro do Calvisnismo também nem há a discussão sobre uma forma coletiva de eleição e predestinação. Os calvisnistas entendem que dizer que Deus predestina um grupo, mas não predestina os integrantes desse grupo, é um argumento ilógico, visto que um grupo é formado por indivíduos. Além disso, não há base bíblica para defender essa tese. A Bíblia fala da eleição da Igreja enquanto a comunidade dos fiéis, bem como a eleição de indivíduos que formam essa comunidade. Neste ponto, muitos arminianos também concordam

Argumentações acerca da predestinação no Calvinismo

Historicamente os argumentos acerca da predestinação na visão calvinista geralmente se apresentam como contra-argumentos das objeções arminianas. Seguiremos esse padrão aqui.

1. Deus foi injusto ao escolher alguns e reprovar outros? Não. A Bíblia diz que todos os homens pecaram contra Deus (Romanos 3:9-23). Isso significa que não existem inocentes de entre a raça humana (Salmo 143:2). Deus jamais esteve em divida para com o homem, portanto, se soberanamente Ele decidiu salvar alguns, isto não é nenhuma injustiça.

Se Deus tivesse resolvido que toda a humanidade deveria ser condenada ao inferno, Ele ainda assim seria totalmente justo. Ele elegeu e predestinou indivíduos de entre uma raça caída e não de entre uma raça justa e íntegra. Em nenhum momento o caráter amoroso de Deus é colocado à prova por causa de sua soberania na eleição e predestinação incondicionais.

 Os pecadores que são condenados à destruição eterna, o são por causa de seu próprio pecado. Deus é justo e não condenará nenhum inocente ao inferno. Paulo anteviu que esse tipo de argumentação iria surgir, e por isso fez questão de afirmar a soberania e a justiça de Deus diante de suas criaturas insatisfeitas (Romanos 9:14). O mesmo apóstolo fala que a eleição é da graça (Romanos 11:5). Isso significa que nenhum indivíduo teria o direito de ser eleito. Graça é favor imerecido.

2. A eleição e predestinação incondicionais transformam os homens e robôs? Não. A eleição e predestinação pela vontade soberana e incondicional de Deus não anulam a liberdade e a responsabilidade do homem. Deus também executa seus planos soberanos através da vontade de suas criaturas (Filipenses 2:12,13).

A predestinação não faz de ninguém um robô pré-programado. O homem é um agente livre, capaz de escolher e decidir. Essas decisões e escolhas são importantes e possuem grandes implicações. O que a Bíblia diz é que por causa da corrupção de sua própria natureza, o homem caído é incapaz de escolher e se decidir pelas coisas de Deus.

2 É blasfemo inferir que o homem peca porque Deus o obriga a pecar (Tiago 1:13). O homem peca e se deleita em seu pecado. A perversidade satisfaz a natureza caída e pecaminosa do homem. Desde a Queda, os homens amaram mais as trevas do que a luz (João 3:19).

Porém, quando o Espírito Santo regenera o pecador, é o próprio pecador que responde voluntariamente, de acordo com sua nova natureza, com fé e arrependimento ao chamado do Evangelho. A fé é um dom de Deus, e o Espírito Santo é quem convence o homem de seu pecado. No entanto, não é Deus quem crê ou se arrepende pelo homem. É o homem quem crê, e é o homem quem se arrepende. Nesse sentido, Deus opera através da vontade do homem, e não contra ela. Nenhum cristão verdadeiro, seja ele calvinista ou arminiano, ousará dizer que o amor que sentem pelo Senhor é forçado e lhes priva de sua liberdade.

 3. A eleição e predestinação incondicionais condenam pessoas que queriam ser salvas, mas não foram eleitas? A Bíblia não fala de ninguém que quer ser salvo, mas não consegue porque não foi eleito e predestinado. Jesus prometeu que jamais lançaria fora alguém que fosse até Ele. Porém, Ele também disse que só poderiam ir até Ele aqueles a quem o Pai enviasse (João 6:37-44).

 A Bíblia fala que todos pecaram, que não há um justo se quer diante de Deus. O estado do homem caído é tão deplorável, que ele é retratado como um cadáver (Efésios 2:1-10). Um morto não pode crer em Jesus, nem mesmo desejar ser salvo. Ele precisa ser ressuscitado primeiro. É por isso que o apóstolo Paulo escreve que ninguém pode confessar que Jesus é o Cristo se não for pelo Espírito Santo (Coríntios 12:3)

4. A eleição e predestinação incondicionais significam que Deus fez acepção de pessoas e anulam o ensino bíblico de que Deus quer que todos sejam salvos? A eleição e predestinação incondicionais não contradizem as verdades bíblicas de que Deus quer que todos os homens venham a arrepender-se; e muito menos apresentam Deus como Aquele que faz acepção de pessoas. Em primeiro lugar, na maioria dos textos em que a palavra “todos” é aplicada com relação à salvação, ela não implica na ideia de todos os homens em particular. Os próprios textos indicam que se trata de uma referência a todas as classes de pessoas.

Porém, existem textos que realmente indicam o amor de Deus por todos os homens. Ele é o Deus que não sente prazer na morte do ímpio (Jeremias 33;11). Sob esse aspecto, sim, Ele deseja que todos os homens se arrependam. Aqui então precisamos saber diferenciar a vontade preceptiva de Deus de sua vontade decretiva.

A vontade preceptiva reflete o padrão moral de Deus expressando seus preceitos. Já a vontade decretiva de Deus é expressa em seus decretos e certamente será cumprida. A questão é que nem tudo o que Deus desejou em sua vontade preceptiva, Ele decretou em sua vontade decretiva.

Em segundo lugar, não há como dizer que a eleição e predestinação incondicionais resultam numa acepção de pessoas. A palavra “incondicional” aponta justamente para isso. Ao eleger e predestinar pessoas incondicionalmente, Deus o fez sem se basear em nada que poderia haver no homem. A acepção de pessoas só se configura quando há uma aceitação, favorecimento ou rejeição com base em qualidades e características das próprias pessoas.

Se a causa da eleição e predestinação não está na pessoa que é objeto delas, mas em Deus que é quem elege e predestina, jamais isto seria uma acepção. Na verdade, é a ideia de eleição e predestinação condicionais que configura acepção de pessoas. Se a eleição e predestinação são baseadas na fé prevista, então Deus fez acepção de pessoas, pois Ele sabia que nem todos teriam as mesmas oportunidades de crer.

Muitas pessoas passaram por este mundo sem nunca ouvir o Evangelho. Sim, Deus revela sua vontade através das obras da criação e sua lei está impressa na consciência de todas as pessoas. Porém, é através das Escrituras que sua vontade é revelada ao homem de forma especial. Sob esse aspecto, é inegável que uma pessoa que nasceu na Inglaterra no século 18 nos dias em que John Wesley pregava, teve mais oportunidades de crer no Evangelho do que uma pessoa nascida no Império Asteca.

Portanto, se a eleição e predestinação são baseadas na fé prevista – e nem todos tiveram a mesma oportunidade de crer –, então sim, Deus fez acepção de pessoas. Mas se crermos que Deus elegeu e predestinou aqueles que são seus de forma incondicional e soberana, então temos a certeza de que Ele garantirá que, de alguma forma, o chamado eficaz de sua graça alcance a todos os eleitos, onde quer que estejam.

5. A eleição e predestinação incondicionais tornam a evangelização inútil e desnecessária? A eleição e predestinação não é uma ameaça à evangelização, ao contrário, é a garantia de sua eficácia. Ao saber que Deus elegeu e predestinou os que são seus, certamente a pregação do Evangelho trará resultados.

Além disso, é através da pregação do Evangelho que Deus determinou que seus eleitos fossem chamados. O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de seu povo (Romanos 1:16; 1 Coríntios 1:18,24; 2:4; 1 Tessalonicenses 2;13; Hebreus 4;12; Tiago 1:18; 1 Pedro 1:3,23).

Por isso é preciso evangelizar, sabendo que Deus se encarregará dos resultados. Em Atos 13:48 lemos exatamente sobre isto. Após a pregação do Evangelho entre os gentios, “creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna”.

Independentemente de qualquer coisa, nosso dever é pregar o Evangelho a todos os homens, sem distinção, sabendo que Deus conhece aqueles que são seus (Mateus 28:18-20; Atos 1:8; 1 Coríntios 2:1-5; 2 Timóteo 2:19).

6. A eleição e predestinação incondicionais significam que o crente pode viver no pecado já que foi eleito? Ninguém que foi eleito e predestinado por Deus viverá uma vida de pecado após ser regenerado pelo Espírito Santo. Isso é incompatível com sua nova natureza. Após nascer de novo, aquele a quem Deus elegeu e predestinou vive uma vida de obediência e santificação (1 Pedro 1:2). Se alguém diz ser predestinado e anda segundo o curso deste mundo, ele jamais conheceu a Deus (1 João 3:1-10).

7. A eleição e predestinação incondicionais acabam com a segurança da salvação, já que manter-se salvo não depende do crente? A doutrina bíblica da predestinação serve exatamente para trazer segurança da salvação aos crentes. Eles podem descansar sabendo que sua salvação não foi confiada ao enganoso coração do homem (Jeremias 17:9; Tito 1;15,16).

A salvação é um plano eterno de Deus, e somente estando nas mãos de Deus é que o crente pode ter certeza dela (João 10:14,27; Romanos 8:30-39; 1 Pedro 1:1,5). Deus é quem preserva e mantém o seu povo firme até o fim (1 Coríntios 1:8).

Conclusão sobre a eleição e predestinação

É necessário muito cuidado quando falamos sobre a doutrina bíblica da eleição e predestinação. É preciso se ter em mente que estamos falando dos decretos de Deus, e seus desígnios são insondáveis para nós.

Portanto, é importante saber se calar onde as Escrituras se calam; ou seja, não podemos ir além do que a Palavra de Deus nos leva. Não há ninguém, nem o mais capacitado estudioso do Arminianismo ou do Calvinismo, que consiga explicar totalmente os mistérios de Deus na eleição e predestinação.

Por fim, a doutrina da eleição e predestinação não deve ser motivo de tristeza, desespero ou descontentamento. Nem mesmo deve servir de motivo para causar divisão entre o povo de Deus. A doutrina da eleição e predestinação é uma gloriosa verdade que deve servir de conforto para todo cristão genuíno.

Mas realmente somente Deus conhece o destino final de cada um de nós. Enquanto isso, a Bíblia nos encoraja a assegurar nossa chamada e eleição ( 2  Pedro 1:10). Porém, não é para Deus que precisamos confirmar nossa eleição, mas para nós mesmos. Isso é possível através de uma vida de santificação em conformidade com a vontade do Senhor

Laguna SC 10/12/2024 Postado por Gercino M Araujo

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Igreja dos Irmãos

O movimento dos “irmãos” é conhecido e formado por cristãos não-denominacionais, que se reúnem num terreno comum a todos os que pertencem à Igreja de Cristo, local de reuniões; “CASA DE ORAÇÃO”

Os iniciadores deste movimento, eram jovens, a maioria ligada ao Trinity College, Dublin, Irlanda. Buscavam encontrar uma forma em que pudessem reunir-se para adoração e comunhão, desprezando as barreiras denominacionais, reunidos simplesmente como “irmãos em Cristo”. “Igreja dos Irmãos”

 Como procuravam reunir-se nesta simplicidade, não pretendendo formar um grupo à parte, não usavam qualquer nome que os diferençasse dos grupos existentes. Não faziam ideia de que começavam um movimento, e não tinham esta intenção, pois isto seria a negação do verdadeiro propósito pelo qual se reuniam. Por volta de 1825-1827, em várias cidades da Irlanda e da Inglaterra, foram se formando pequenos grupos de discípulos de Cristo para um estudo mais aprofundado das Escrituras. Eram crentes que pertenciam a denominações diversas.

 O movimento se espalhou pelo Continente Europeu, na Inglaterra receberam o nome de “irmãos de Plymouth” (Plymouth Brethrem), porque no início, formou-se uma igreja local bem numerosa na cidade de Plymouth. Em outros lugares são chamados de “darbistas” (Por causa de John Nelson Darby) para designar o grupo exclusivista. No Brasil, em alguns lugares são conhecidos como “igreja cristã”, “irmãos unidos” e até mesmo “casa de oração” por geralmente denominarem assim a casa onde se reúnem.

Sobre este assunto, assim escreveu o irmão Silas G. Filgueiras:

 “A existência de muitos nomes indica que nenhum satisfaz plenamente, porque nenhum preenche a finalidade e alguns envolvem alguma inverdade. O desejo, porém, tem sido sempre o de se reunirem como cristãos, remidos por Cristo, como uma expressão local da Igreja de Cristo na terra, sem usar qualquer nome, ou outro distintivo, com o fito de diferençá-los dos outros irmãos em Cristo. Esta é a razão de preferirem tratarem-se uns aos outros como “irmãos” (com “i” minúsculo) por ser um nome aplicável a todos os membros da Igreja de Cristo na terra, não podendo, entretanto, ser apropriado por um grupo somente. A ideia de divisão em grupos e o uso de nomes para se designarem é um mal que começou muito cedo na história da Igreja, e que foi prontamente condenado por Paulo. (1 Co 1.11-13).

O uso de designações, tais como “irmãos”, “igreja cristã” não escapa à acusação de ser impróprio, uma vez que toma para um grupo, nomes que pertencem a todo o povo de Deus, embora, diga-se de passagem, nomes como “presbiteriano”, “batista”, “assembleia de Deus”, etc. são também passíveis da mesma acusação.

O importante não é pertencer a este ou àquele grupo, porém, pela graça de Deus, ter um espírito não-denominacional, é ter a visão da comunhão universal, da única verdadeira Igreja que é formada por “todos os que, em todo lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. (1 Co 1.2) “

          No Brasil, o primeiro grupo a reunir-se, foi em 1878, na cidade do Rio de Janeiro à rua da América, 4, formado por membros oriundos da Igreja Fluminense, influenciados por Richard Holden, então residente em Portugal, que fora co-pastor da igreja Fluminense quando esteve no Brasil.

              Mais tarde, em 1896, chega o primeiro missionário ao Brasil. Stuart Edmund Mc Nair. Atuando primeiro na cidade do Rio de Janeiro, depois Petrópolis, Sampaio, Del Castilho, Bem-posta e Zona da Mata, região limítrofe entre os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, posteriormente fixando residência em Conceição de Carangola-MG. 

                   Não se sabe ao certo quantas igrejas locais existem hoje no Brasil, porém estima-se mais 700 espalhadas por todas as regiões, sendo a região Sudeste com maior número.

 CONVICÇÕES E POSIÇÃO DOS “IRMÃOS”

    A)     A Igreja de Cristo é constituída de todos os que foram comprados com Seu sangue (Atos 20.28) e Jesus orou para que todos fossem um (Jo 17.21), e assim sendo a divisão em seitas, partidos e denominações é contrária à vontade de Deus (1 Cor 1.11-13). O argumento de que as divisões estimulam os crentes a se esforçarem pela sua denominação, produzindo emulação, e assim dão maior contribuição para o progresso do Evangelho, é pensamento humano, esquecendo que a obra de Deus é somente aquela feita pelo poder de Deus, dirigida pelo Espírito Santo.

 B)      Entendem que no Novo Testamento não encontramos base para a divisão dos crentes em ordenados (clero) e não ordenados (leigos), colocando assim, todos os crentes no mesmo nível eclesiástico. Também não encontramos o ensino de que a execução de certos atos (batismo, Ceia do Senhor, etc.) fica restrita aos ordenados, ou a uma classe.

 C)   Impedem a promoção pessoal e condenam o culto da personalidade.

 D)      Consideram a distinção entre Israel e a Igreja de Cristo, que são ambos povo de Deus, porém tem bênçãos e privilégios próprios a cada um.

 E)     Suas igrejas locais são autônomas, mantendo somente relações de fraternidade cristã umas com as outras. O governo é exercido pela igreja reunida, e por unanimidade (1 Co 1.10; Rm 12.16). Compreendem que é o Espírito Santo quem dirige as reuniões da igreja, e usa os instrumentos que Ele escolhe como no citar hinos, orar, ler um texto das Escrituras, fazer o comentário do mesmo, etc. Quanto ao ministério, na reunião da igreja, os “irmãos” seguem o princípio da liberdade de ministério segundo os dons concedidos pelo Espírito Santo, conforme I Cor 14.26-33, mas entendem que o ministério não proveitoso deve ser evitado, ou não permitido.

 F)      Entendem estes irmãos que na Bíblia se encontra todo o ensino sobre a Igreja, e só nela. Não há outra fonte de informação. Quando não há um ensino claro a respeito de determinado assunto, não deve ser estabelecida uma interpretação que terá de ser aceita por todos.

 Sinésio Barreto, Petrópolis-RJ

Postado por Gercino M, Araujo

Em 07 de Junho de 2024

Laguna SC