Deus: 10 coisas que você precisa saber sobre
o Criador
Denise Alves Pedagoga, mestre em Literatura e
formada em Teologia
Deus não cabe numa definição simplista.
Precisaríamos de muitas palavras para tentar descrevê-lo e ainda assim
estaríamos sempre incompletos. Mas a Bíblia fala-nos de várias características
e qualidades do Senhor que nos ajudam a conhecê-lo melhor. Por isso destacamos
10 pontos acerca de Deus, que lhe ajudarão a compreender melhor como a Bíblia
descreve o nosso Deus:
Deus é Amor
Deus é o Criador do Universo
Deus se revela - permite ser conhecido
Deus é Todo-Poderoso (onipotente, onisciente
e onipresente)
Deus é trino
Deus é o Senhor
Deus é Espírito
Deus é o Salvador
Deus é Santo
Deus é Justiça - o Justo Juiz
1. Deus é Amor
Na incontável lista de atributos de Deus, o
AMOR mereceria estar no topo. Todo o propósito de Deus relacionado à Sua ação e
interação no universo, conjuga-se perfeitamente com o verbo amar. A Bíblia nos
diz que Ele não somente tem amor (incondicional e verdadeiro) por todos, como
Ele é o próprio amor:
Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós
e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor
permanece em Deus, e Deus nele.
- 1 João 4:16
Deus doa a si mesmo eternamente em benefício
de todos. Esta autodoação se manifesta na trindade e na sua relação de entrega,
autossacrifício e misericórdia pela humanidade:
"Porque Deus tanto amou o mundo que deu
o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna.
- João 3:16
Também:
Vejam como é grande o amor que o Pai nos
concedeu: que fôssemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o
mundo não nos conhece, porque não o conheceu. - 1 João 3:1
Portanto, se você deseja conhecer a Deus um
pouco mais profundamente, comece por desenvolver um relacionamento mais próximo
Dele, aceitando o profundo amor que Ele lhe oferece gratuitamente, por meio de
Jesus Cristo. Este Amor de Deus tem muito pouco a ver com as formas de amor que
conhecemos atualmente. É o Amor incondicional e sem limites, que se entrega,
doa e perdoa. É incomparável, o Amor de Deus.
Todavia, Deus, que é rico em misericórdia,
pelo grande amor com que nos amou, - Efésios 2:4
2. Deus, o Criador do universo
Deus é o supremo Criador e sustentador de
todas as coisas. Sendo assim, não há nada na criação que se compare a Ele
(incomparável - infinito, eterno, imutável e invisível, perfeito, santo).
Segundo a Bíblia, Deus criou todas as coisas, dando início a nossa história:
Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O
Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica
exausto, sua sabedoria é insondável.
Isaías 40:28
A existência do universo pressupõe a
existência de "Alguém" superior com inteligência e poder
incomparáveis. Ao observarmos o universo, com todas as descobertas científicas
dos últimos tempos, é razoável de se presumir a existência de um Criador de
soberana Inteligência e poder, que arquitetou e gerou tudo pela Sua Excelência
e vontade.
Se considerarmos honestamente a diversidade
biológica encontrada no mundo natural, temos também que considerar um
Desenhador Inteligente por trás de tudo.
Este tem um propósito definido, revelando a
Sua grandeza e glória. Toda a complexidade de engenhos do mundo físico, como
toda informação encontrada no código genético humano, por exemplo, pressupõe um
programador com poder criativo sem precedentes.
No livro 'Deus em questão', C.S.Lewis
respondendo sobre se: "Haverá Alguém além do universo que o tenha
criado?" Lewis respondeu com um ressonante "sim". Lewis afirma
que:
... o universo está cheio de "placas de
sinalização", como o céu estrelado acima e a lei moral dentro de nós"
tudo apontando com clareza inconfundível para aquela Inteligência.
Os que discordam disso, firmam-se numa teoria
ainda mais improvável como a hipótese do Big Bang. Considerar que uma grande
explosão tenha dado origem a tudo que conhecemos é como acreditar que um
catastrófico incêndio seria capaz de produzir uma gigantesca biblioteca com
bilhões de obras no seu acervo. Simplesmente impossível!
Deus Criador, sobre o qual a Bíblia descreve,
fez todas as coisas visíveis e invisíveis, criou o mundo material e espiritual.
Por isso, nenhuma criatura, nem mesmo os anjos merecem devoção. Somente o Deus
Criador é digno de ser honrado e adorado. Todo o resto são criaturas.
Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e
adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é
bendito para sempre. Amém.
Romanos 1:25
Quem criou Deus?
Essa é uma pergunta que considera já de
início que Deus foi criado. Que é um grande equívoco, considerando toda a
complexidade do Universo criado. Daí a distinção fundamental que a Bíblia faz
de todos os deuses das demais religiões e mitos. Deus é o Supremo Criador. Ele
sempre existiu, nunca foi criado:
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus. (...)
Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem
ele, nada do que foi feito se fez. - João 1:1, 3
Ao considerar o Deus da Bíblia, precisamos
ter consciência dessa distinção: criado X não criado. Deus era Deus antes do
início. Lennox no livro "Por que a ciência não consegue enterrar
Deus" considera que "Deus pertence à categoria de não criado":
Pois o Deus que criou e sustenta o Universo
não foi criado - Ele é eterno. Ele não foi "feito" e, portanto, não
está sujeito às leis que a ciência descobriu; foi Ele quem criou o Universo com
suas leis. Na verdade esse fato constitui a distinção fundamental entre Deus e
o Universo. O Universo passou a existir, Deus não. (- Lennox, p. 257)
Entendemos assim que o Deus Trino é superior
a todas as coisas criadas, seres espirituais ou materiais (astros, elementos da
natureza, animais e seres humanos) e que não há nada nem ninguém superior a Ele
(Hebreus 6:13). O Verdadeiro Deus é supremo em absoluto, por isso muito
superior a todas as outras coisas em todo o universo.
3. Deus que se revela
Apesar de não ser totalmente compreensível na
Sua essência pela mente humana, Deus, transmitiu algum conhecimento de Si mesmo
ao mundo. Através do que Ele criou e do que falou (nos Escritos Sagrados), o
Senhor se revela ao seu povo.
Essa "revelação" (do latim
'revelare') significa descobrir, desvelar, tirar o véu. Isto quer dizer que,
Deus trouxe luz àquilo que estava longe do nosso campo de visão natural e
limitado.
Tentar compreender e explicar Deus é como
tentar enxergar a olho nu e descrever, toda a grandeza das galáxias do
universo. Impossível! Deus é imensurável! Mas se tornou conhecível, na medida
em que nos é possível saber.
Ao longo da história da humanidade Deus se
revelou aos homens através da Criação (história e consciência moral universal)
e através da Sua Palavra registrada e encarnada em Jesus Cristo (revelação
especial) - Salmos 19.
Revelação Geral
Há um entendimento geral, dado a todos, em
todos os lugares e em todas as épocas acerca de Deus. Essa revelação geral
encontra-se impressa na:
Criação
História
Lei moral / consciência humana Romanos
2:14-15
Deus é o soberano Criador, como vimos acima.
Ele é o Senhor da História e do tempo Isaías 45:6-7. Somente Ele pode intervir
na história porque não está limitado ao tempo (1 Timóteo 6:15-16). Deus se
tornou conhecido progressivamente ao longo das gerações.
As pessoas intuitivamente sabem que Deus
existe e que cometem o mal, distorcendo essa revelação. Os corações humanos
trazem princípios (morais) gravados na consciência e programados pelo Criador.
Mas são incapazes de viver de acordo com esses valores divinos. O apóstolo
Paulo realça que os seres humanos são indesculpáveis quando distorcem a clara
revelação de Deus, porque Ele manifestou-se claramente desde a Criação:
A ira de Deus se revela do céu contra toda
impiedade e injustiça dos seres humanos que, por meio da sua injustiça,
suprimem a verdade.
Pois o que se pode conhecer a respeito de
Deus é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Porque os atributos invisíveis de Deus, isto
é, o seu eterno poder e a sua divindade, claramente se reconhecem, desde a
criação do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que Deus fez. Por isso,
os seres humanos são indesculpáveis.
Porque, tendo conhecimento de Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, se tornaram nulos
em seus próprios raciocínios, e o coração insensato deles se obscureceu.
Dizendo que eram sábios, se tornaram tolos e
trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens semelhantes ao ser humano
corruptível, às aves, aos quadrúpedes e aos répteis. - Romanos 1:18-23
Revelação Especial
Deus mantém contato com a sua criação, e pela
sua graça, vai se revelando progressivamente ao mundo. O Senhor deixou que a
humanidade conhecesse a:
Si mesmo,
Seu Reino,
Sua Aliança,
Suas Leis e a
Sua Salvação.
Toda palavra de Deus revelada à humanidade,
acerca da sua redenção universal, foi registrada na Bíblia pelos seus profetas,
para que todos possam conhecer:
Antigamente, Deus falou, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, mas, nestes últimos dias, nos falou
pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também
fez o universo. - Hebreus 1:1-2
Jesus Cristo é a culminação da revelação
especial de Deus. Ele próprio veio ao mundo para se dar a conhecer ao Seu povo.
Sem intermediários, o Filho do Deus Altíssimo veio em pessoa para nos mostrar
Deus plenamente. Portanto, Deus pode ser conhecível por aqueles que O buscam de
todo coração. O conhecimento verdadeiro de Deus só pode ser adquirido através
da auto-revelação divina em Jesus Cristo.
Hoje podemos conhecer a Deus através de um
relacionamento pessoal com Ele baseado no que a Sua Palavra ensina.
4. O Deus Todo poderoso
Deus é o Deus onipotente. Isto quer dizer que
ele tem todo o poder. A palavra onipotente vem de dois termos latinos que
significam "omni" - todo e "potens" - poderoso. Isso quer
dizer que Deus tem poder sobre a terra, céu, natureza, tempo, espaço e todo
universo.
Ele pode fazer tudo que for da sua santa
vontade. Para além do seu poder criador, Deus também revela seu poder ao
sustentar e cuidar de todas as coisas. Em sua providência, o Senhor garante que
cada coisa no universo cumpra o seu devido propósito. Nas Escrituras, vemos
muitas mostras do grande poder e atuação de Deus na história humana. De fato,
nada lhe é impossível:
Jesus, olhando para eles, disse: — Para os
seres humanos isto é impossível, mas para Deus tudo é possível. - Mateus 19:26
Do mesmo modo, Deus é onisciente, tem todo
conhecimento, e é onipresente, está presente em todo lugar. Ele não tem
limitações espaciais e, nenhum lugar no espaço O poderia conter (1 Reis 8:27).
Ele está presente de maneira diferente em lugares distintos para abençoar,
sustentar ou punir. Grudem, p.123, diz que "Deus age diferentemente em
locais distintos da sua criação."
Esses atributos mostram algumas das
diferenças marcantes entre Deus e as suas criaturas: o seu poder, sabedoria e
presença ilimitados. Ele tem o potencial para agir sempre no que Lhe aprouver.
Ele é "poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou
pensamos" (Ef. 3:20).
Tudo que foge ao controle humano, o poder da
vida e da morte, as forças da natureza e as leis que a regem, tudo está sob o
controle de Deus. Por isso Ele é digno de toda a confiança:
Confiem para sempre no Senhor, pois o Senhor,
somente o Senhor, é a Rocha eterna. - Isaías 26:4
A onipotência, onisciência e onipresença de
Deus envolvem também a ideia de soberania. Como soberano Rei e Governador, Deus
rege e faz o que lhe apraz em todo universo. Sobre esse poder, o teólogo Grudem
diz que:
a onipotência divina refere-se ao ao seu
próprio poder de fazer o que decidir fazer... o poder de Deus é infinito, e,
portanto ele não está limitado a fazer somente o que já fez. De fato, Deus é
capaz de fazer mais do que faz" (- Grudem - Teologia Sistemática, p.159.)
Deus é único com todo o poder. Muitos temem a
ação de Satanás, outros espíritos, e até mesmo forças humanas, mas Deus é
infinitamente superior (1 João 4:4).
Embora existam diferentes concepções de
divindades nas várias religiões do mundo, o Deus da Bíblia é superior em
absoluto a tudo e todos. Os deuses mitológicos e outros ídolos criados (santos,
orixás, guias, etc) não podem ser confundidos com o Deus verdadeiro. Esses
diferentes deuses foram criados, para responder às demandas do homem em
diferentes áreas: deus do sol, deus dos mares, deusa da fertilidade, etc...
Deus, distintamente, tem poder sobre todo o
universo. Ele não só sabe como tudo funciona e existe, porque criou tudo, como
também é supremo em inteligência (onisciência) e facilmente estabelece o Seu
alcance em todo lugar. As outras supostas "entidades", seguindo a sua
limitação conceitual, somente agem ou exercem influência restrita sobre áreas
específicas (como os super-heróis fictícios, têm poder nalguma área, mas são
limitados noutras). Deus é Deus porque é maior que toda força natural ou sobrenatural
que possa existir.
Pois o Senhor é o grande Deus, o grande Rei
acima de todos os deuses. - Salmos 95:3
5. Deus Triuno
Há um só Deus em três pessoas. Essa verdade é
testemunhada nas Sagradas Escrituras, bem como refletida nas obras das três
Pessoas Divinas - João 15:26, Atos dos Apóstolos 2:32-33, Gálatas 4:6, Tito
3:4-6 e outros.
A doutrina da trindade é uma das mais
importantes do Cristianismo. Ela ajuda-nos a compreender a essência eterna,
única e diversa do
Ser de Deus. Apesar da palavra "trindade" não
aparecer na Bíblia, seu conceito é ensinado nela. Trindade significa
tri-unidade, ou "três em unidade".
Assim podemos entender que Deus é um Ser
único, consistindo em três “pessoas”, Pai, Filho e Espírito Santo, que se
relacionam entre si desde a eternidade, mas são distintas.
(Sobre o vocábulo "trindade", J.I.
Packer fez a seguinte formulação:)
Jesus...
a) endossava o monoteísmo do Antigo
Testamento (Marcos 12:29), e, no entanto,
b) considerava-se "o Filho" em um
sentido singular (Mateus 11:27, Marcos 12:1-12, Marcos 13:32), tendo prescrito
e aceito a adoração como correta expressão de fé (João 5:23, João 9:35-38, João
20:28);
c) prometeu o Espírito Santo como o
"outro Consolador", que viria substituí-Lo para desempenhar seu
próprio multifacetado ministério (João 14:16); e
d) agrupou o Pai, o Filho e o Espírito Santo
no "nome" trino (usando-o no singular, não no plural, como notamos),
no qual - isto é, em relação ao qual - os futuros discípulos deveriam ser
batizados (Mateus 28:19).
entender o que Deus é em si mesmo, precisamos
considerar o que a Bíblia mostra progressivamente acerca Dele. Há indícios em
todo o texto sagrado de que Deus existe como mais de uma “pessoa”.
No Antigo Testamento encontramos uma
revelação parcial, revelada sobretudo em registros plurais da fala de Deus:
“Façamos o homem à nossa imagem…” (Gên.
1:26),
“Agora o homem se tornou como um de nós”
(Gên. 3:22);
“Venham, desçamos e confundamos a língua que
falam (Gên. 11:7);
“Quem enviarei e quem há de ir por nós?”
(Isaías 6:8)
outras passagens que deixam claro a indicação
da pluralidade de pessoas no próprio Deus (Salm. 45:6-7, Salm. 110:1)
No Novo Testamento há uma revelação mais
completa da trindade. Quando Jesus foi batizado (Mateus 3:16-17), vemos os 3
membros da trindade realizando atividades distintas e coordenadas:
Deus Pai fala do céu;
Deus Filho é batizado e ouve o que o Pai
fala;
Deus Espírito Santo desce do céu, pousando
sobre Jesus.
A mesma especificação das pessoas divinas
aparece no mandado da grande comissão feito por Jesus:
Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, - Mateus 28:19
Além dessa, outras tantas passagens fazem
menção às três pessoas da Trindade juntas: (2 Coríntios 13:14); (1 Pedro 1:2) e
(Judas 1:20-21).
Compreensão limitada da Trindade
Apesar de todas as evidências bíblicas e as
afirmações anteriores, precisamos chegar ao ponto de reconhecer humildemente a
complexidade do Ser de Deus. Ele é diferente de qualquer outra coisa no
universo e não temos mais nenhuma outra realidade semelhante. Em si mesmo Deus
contém tanto unidade como diversidade.
Somos incapazes de compreender completamente
a existência tripessoal de Deus. Ultrapassados os pontos que a Bíblia revela,
temos de nos reservar às nossas limitações humanas e CRER no que as Escrituras
afirmam. Muitos detalhes e curiosidades ainda não estão ao nosso alcance.
Infelizmente, por não compreenderem a
grandeza do Deus Trino, que a Bíblia apresenta, muitas heresias surgiram na
história na tentativa de deturpar essa verdade bíblica (modalismo, arianismo,
subordinacionismo, p.ex). Ainda hoje, há falsos cristãos, hereges, mulçumanos e
judeus que refutam a divindade de uma ou mais Pessoas da trindade.
Contudo, a Bíblia (nossa regra de fé e
prática) afirma isso com clareza. Ainda que a nossa capacidade de compreensão
seja limitada, precisamos aceitar, crendo somente no que a Palavra de Deus diz.
Deus é único e seu verdadeiro ser existe nas
pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O teólogo Wayne Grudem fez a
seguinte colocação:
Deus existe eternamente como três pessoas,
Pai, Filho e Espírito Santo; cada pessoa é plenamente Deus e há um só Deus. - Manual de Doutrinas Cristãs, p. 109
Todas essas afirmações são ensinadas na
Bíblia. Cada membro da Trindade é plenamente Deus e cada pessoa compartilha
todos os atributos de Deus com funções diferentes desde a eternidade.
Quem é Deus como o Senhor? 2 Samuel 22:31-32
6. Deus, o SENHOR
Na Bíblia, a palavra SENHOR é aplicada ao
Deus Pai, a Jesus Cristo, Filho e ao Espírito Santo. O senhorio de Deus implica
em ser Ele o chefe máximo do universo e governador absoluto de seu povo.
O Senhor Deus
É o Criador, o Deus de Israel, o governador,
juíz, salvador e protetor. No Antigo Testamento, a palavra "Adonai"
(originada do termo hebraico "Adon" - significa senhor, governador,
ou dono de escravos) era usada como um título, se referindo ao Deus de Israel.
O nome "Yahweh" - Jeová, surgiu
quando Deus apareceu a Moisés no episódio da sarça ardente. Ali, Moisés lhe
perguntou o Seu nome e Deus se apresentou como o grande "EU SOU" (ou
Eu SOU o que Sou), comissionando Moisés para libertar os israelitas do Egito.
Como o passar do tempo, o tetragrama "Yahweh", passou a ser
substituído pela palavra Adonai, por reverência ao nome revelado por Deus.
O AT grego traduziu a palavra Adonai - SENHOR
no hebraico, por "Kurios" - Senhor em grego. Para diferenciar de
outros senhores, ou deuses pagãos, as expressões (Adonai e Kurios) sempre
apareciam com maiúscula, para se referir ao Deus de Israel.
Deus falou a Moisés e lhe disse: — Eu sou o
Senhor.
Portanto, diga aos filhos de Israel: "Eu
sou o Senhor. Vou tirá-los dos trabalhos pesados no Egito, vou livrá-los da
escravidão, vou resgatar vocês com braço estendido e com grandes manifestações
de juízo.
Eu os tomarei por meu povo e serei o seu
Deus; e vocês saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, que os tiro dos trabalhos
pesados no Egito.
Eu os levarei para a terra que jurei dar a
Abraão, a Isaque e a Jacó; darei essa terra a vocês como herança. Eu sou o
Senhor." - Êxodo 6:2, 6-8
O Senhor Jesus Cristo
No Novo Testamento, o Deus encarnado, o Filho
de Deus e Messias, o Senhor Jesus Cristo é apresentado como o Senhor. Este
título implica que Ele é mais que um líder, professor, rabino ou mestre, mas é
o Deus vivo, Salvador do mundo que haveria de vir. Jesus se identificou com
Deus (Jeová - "Eu Sou") em diferentes episódios. E por isso, foi tão
perseguido e odiado pelos líderes judeus que não compreenderam que Ele era o
SENHOR.
Jesus cumpriu as profecias do AT relativas ao
Senhor (Jeová). Por exemplo, Joel 2:32 citado em Atos dos apóstolos 2:21 e
Romanos 10:13 - "E aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo" é
tomado como cumprimento da promessa para aqueles que invocam o nome de Jesus:
Atos dos apóstolos 2:38 e Romanos 10:9-13.
para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. - Filipenses 2:10-11
Ele viveu, morreu e ressuscitou para ser
Senhor de todos (Romanos 14:9), ontem, hoje e sempre.
O Senhor, Espírito Santo
No Antigo Testamento, por vezes, o Espírito
Santo aparece como figura indistinguível de Deus Pai (Salmos 51:11). Já no Novo
Testamento essa distinção fica mais clara, uma vez que o Espírito Santo (Pneuma
no grego) aparece identificado com a pessoa do Pai e do Filho, mas com
atribuições diferentes.
O título pessoal usado por Jesus em João
15:26, "Parakletos" - consolador, conselheiro, advogado, ajudador ,
traduz exatamente a característica fundamental do Outro agente pessoal da
trindade. O Espírito Santo é o Deus Consolador, presente e ajudando o Seu povo,
em total unidade divina com Jesus Cristo e com o Pai, eternamente.
Em muitas passagens do NT, as funções
exercidas pelo Espírito do Senhor aparecem ajustadas às outras pessoas da
trindade. Isto revela a divindade do Espírito Santo e portanto, a co-igualdade
no senhorio com Cristo e com o Pai.
Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o
Espírito do Senhor, ali há liberdade.
E todos nós, que com a face descoberta
contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo
transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o
Espírito. - 2 Coríntios 3:17-18
7. Deus é Espírito
Já alguma vez se perguntou: de que matéria
Deus será feito? Seria algum corpo, fluído ou energia volátil? Maciço e
robusto? Ou algo parecido com o nosso corpo? Não. A Bíblia nos afirma que Deus
é Espírito (João 4:24). Seja o que for que isso signifique, parece querer dizer
que:
Ele não está limitado a nenhum lugar no
universo.
Deus não é comparável a nenhuma outra
existência criada (não é um vapor, fumaça, energia, nem uma força, etc).
Deus sequer se compara ao nosso espírito, que
também foi criado e está limitado no tempo e espaço.
A existência do Senhor é algo infinitamente
superior a qualquer outra coisa criada (astros, anjos, demônios, etc).
Deus é a essência do Ser. É excelente, é
incomparável e indescritível.
A aparência de Deus
As Escrituras também não fazem nenhuma
descrição expressa sobre a aparência "física" de Deus. Como Espírito
Divino, não podemos associar a Deus uma fisionomia ou características físicas
humanas, ou de qualquer outra criatura no universo. Somos expressamente
proibidos de assemelhar Deus a qualquer outra criatura ou coisa da criação
(Êxodo 20:4-6).
Apesar disso, a Bíblia nos diz que:
A humanidade foi feita a Sua imagem e
semelhança (Gênesis 1:26)
Jesus Cristo é o resplendor de Sua Glória e a
expressão exata da pessoa de Deus (Hebreus 1:1-3)
Além dessa identificação direta conosco e,
principalmente, com o Filho, as Escrituras também dão muitos outros indícios
das características do ser de Deus. Por meio desses atributos, podemos ver com
clareza muitas referências acerca da natureza de Deus (2 Pedro 1:4), Seu
caráter e de Seus valores.
8. Deus é O Salvador
Pode-se dizer que o tema da Salvação é
central em toda a Bíblia. Do início ao fim, as Escrituras registram a mensagem
do Deus Criador que, graciosamente, oferece salvação. Mas salvar do quê? Pensar
em salvar alguém faz-nos lembrar de transtornos e perigos como de um terrível
naufrágio, tsunami, uma doença incurável, um sequestro ou qualquer outro risco
de morrer.
A salvação de Deus pressupõe que todos
estamos condenados à morte. Desde a queda no princípio, todos afundamos num
terrível lamaçal, estamos em linha de colisão com uma avalanche que virá nos
destruir a qualquer momento. Isto mesmo! Sem Deus, você e eu estamos
irremediavelmente condenados. Destinados à morte e destruição para sempre.
Realmente, toda a humanidade está sujeita a uma condição de juízo e condenação
por causa dos seus pecados.
O ensino bíblico sobre o pecado revela uma
realidade que nem todos gostam de enfrentar, mas é absolutamente necessário
para que haja salvação. "Todos pecaram e precisam da graça de Deus"
(Romanos 3:23). Por isso, todas as pessoas precisam de entender:
a natureza da maldade e da sujeira que
corrompem o seu corações;
e reconhecer a incapacidade de salvarem a si
mesmas;
e confiar totalmente na graça infinita de
Deus;
a necessidade de arrependimento e conversão
(mudança de vida) para Jesus Cristo;
Todos estão cativos, i.é, são escravos dessa
inclinação para a maldade (João 8:34), que condiciona a vida e o destino final
da humanidade. Nossos valores, emoções, intelecto e vontade foram danificados
pela ação maligna das ofensas que cometemos contra vontade soberana de Deus.
Consequentemente todos estão destinados à punição e morte.
O pecado corrompeu a natureza espiritual e
física das pessoas, tornando-nos todos destinados à ira e Juízo de Deus, Por
isso todos, pessoalmente, merecem ser castigados pelos seus vícios e
transgressões. Mas o Deus Salvador nos aponta uma porta de escape. Ele mesmo
propõe-nos um futuro diferente daquele ao qual estávamos destinados. Essa é a
salvação (redenção, libertação, vida eterna) que encontramos pela graça de
Jesus Cristo.
... segundo o poder de Deus, que nos salvou e
nos chamou com santa vocação,
não segundo as nossas obras, mas conforme a
sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos
tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo
Jesus.
Ele não só destruiu a morte, como trouxe à
luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho. - 2 Timóteo 1:9-10
A graça de Deus
Graça significa o favor imerecido de Deus.
Isto é, não fizemos nada para merecer o amor de Deus. A palavra
"graça" - chen no hebraico e charis no grego, aparece como: favor,
bondade, amor, generosidade extrema e gratuita. Outros termos aparecem
relacionados a ideia de graça, como por exemplo: "achar graça aos
olhos", amor constante e incondicional (ágape), misericórdia, compaixão e
bondade.
A palavra graça expressa a generosidade de
Deus que age prontamente para salvar os pecadores. Deus é o Deus de TODA GRAÇA
(Êxodo 34:6, 1 Pedro 5:10). Ele ama aqueles que não merecem ser amados, de
forma gratuita e espontânea, dependendo unicamente da sua própria vontade para
fazer isso.
Porque pela graça vocês são salvos, mediante
a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus - Efésios 2:8
Através de Jesus, a graça de Deus tomou corpo
e forma, tornou-se uma pessoa (João 1:14-17). Jesus Cristo é o supremo presente
do amor bondoso de Deus que se entregou por nós para cumprir a justiça em nosso
lugar. Ele veio por pessoas indignas, sem status ou valor comparável. Somente
por essa graça podemos ser salvos.
9. Deus é Santo
A santidade de Deus é um atributo
incomparável, segundo o qual entendemos que Ele é totalmente separado do pecado
e do mal, dedicando-se à sua própria Glória e Honra. Neste sentido, a santidade
de Deus tem um aspecto relacional (separação do mal) e um aspecto moral
(dedicação à sua própria Honra).
Deus é Santíssimo e isso é expresso em
inúmeras passagens bíblicas, revelando que Ele está apartado da maldade em
todos os sentidos. Daí o convite para que seu povo seja mais parecido com Ele
(Levítico 20:7). Deus é incomparável em santidade, retidão, justiça, poder e
excelência:
Ó Senhor , quem é como tu entre os deuses?
Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que
operas maravilhas? - Êxodo 15:11
Essa santidade é poderosa e magnífica, mas
pode causar danos a pessoas impuras que se aproximem demasiadamente, sem a
devida atenção. Podemos comparar a santidade de Deus ao sol. Entenda, este
astro criado, ilumina-nos, aquece-nos, dá energia e promove outros inúmeros
benefícios aos seres vivos. E, embora seja benigno e radiante, trazendo
condições favoráveis de vida à terra, quem se aproximar muito dele é fulminado
em instantes.
Da mesma maneira, entender a grandeza da
santidade de Deus. Uma aproximação irrefletida pode ser fatal. Sem a sua
permissão, não poderíamos nos aproximar sequer, porque Ele é excelentemente
santo e glorioso. Nenhuma pessoa suportaria tamanha perfeição e santidade na
Sua presença.
É por isso que vemos no Antigo Testamento
inúmeras leis e orientações ao povo para que se consagrassem, se afastando de
coisas ou pessoas impuras (Levítico 20:7). A aproximação de Deus, pressupõe a
reverência e o cuidado com tudo que Ele exige.
Santidade ao Senhor
A palavra "santo" é usada também no
AT para descrever lugares específicos no Tabernáculo. Neste lugar preparado
para que o povo se dedicasse ao Senhor, havia dois espaços interiores
totalmente consagrados, separados do restante do Templo. O Santo lugar era
separado através de um véu do Santíssimo lugar ou Santo dos Santos, onde ficava
a Arca da Aliança. Este era o espaço que representava a presença do Senhor. Era
o lugar mais separado do mal e do pecado no meio do Arraial do povo de Deus.
Para entrar ali havia regras de consagração e
purificação, de pessoas separadas (representantes do povo)- os sacerdotes -
para terem acesso à presença de Deus.
O profeta Isaías descreve em Isaías 6, uma
experiência impactante da visão que teve de Deus assentado num alto e sublime
trono no Templo. Por cima Dele, ele viu serafins que voavam adorando:
E clamavam uns para os outros, dizendo:
"Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da
sua glória." - Isaías 6:3
Esta visão deixou o profeta totalmente
alarmado porque reconhecia-se como um pecador, tal como o povo a quem
representava. Mas um dos serafins foi ao seu encontro, não para castigá-lo mas
para purificá-lo, para estar apto para permanecer na presença do Senhor (Isaías
6:6-7).
Esta cena nos mostra algo interessante: é na
comunhão com Deus, que se pode reconhecer os próprios pecados, tendo condição
para confessá-los e deixá-los. Foi assim também com Davi (Salmos 51:5), Jó (Jó
42:5-6), Pedro (Lucas 5:8) e outros. Somente à luz do Senhor é que conseguimos
enxergar a escuridão que há nos nossos corações. Quem está longe de Deus não
consegue reconhecer falhas em si mesmo.
Comunhão através de Jesus Cristo
Jesus é o caminho e a porta que nos dá acesso
direto a Deus. Agora já não há necessidade de outros representantes ou
mediadores. Ele é Aquele que tira o pecado do mundo e nos santifica através do
Espírito Santo.
Na Antiga Aliança, quem quer que tocasse em
algo impuro se tornaria também impuro. O acesso a Deus era restrito, mediante
ao cumprimento exclusivo das leis e prescrições. Mesmo assim, o povo andava
distante pois o seu pecado os impedia de se aproximar efetivamente do Senhor.
Era preciso que viesse o Messias e os conduzisse até a presença de Deus.
Na Nova Aliança, Jesus surge como a resolução
definitiva do problema de acesso ao Deus Santo. Cristo é a luz mais radiante
que o sol, que veio ao nosso encontro. Não para nos destruir, mas para nos
transformar em seres santificados que glorificam ao Senhor.
Nós cremos e sabemos que és o Santo de
Deus" - João 6:69
Pedro reconhecendo a divindade e santidade do
Senhor, pediu que Ele se afastasse dele:
Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés
de Jesus, dizendo: — Senhor, afaste-se de mim, porque sou pecador.
- Lucas 5:8
Mas o seu poder e amor transformador mudou as
nossas vidas e histórias. Jesus decidiu se aproximar, perdoar e apagar os
nossos pecados. Não somente de Pedro e dos discípulos mas de todos que O
confessam e creem que é Ele o Senhor de toda Glória. Todo pecador que crê e se
arrepende da sua vida imoral e independente de Deus, pode receber o Seu perdão
e ter o seu pecado apagado.
Santidade ao Senhor
Jesus não só tocou impuros e os purificou,
como tornou arrependidos em justificados e perdoados perante Deus. Não colocou
uma brasa do altar como fez com Isaías, mas acendeu a chama do Seu Espírito
dentro de nós. Essa é a ação gloriosa e ainda incompreensível para nós: o amor
grandioso do Santo Deus! Jesus sofreu a distância do Pai na cruz, para que
hoje, os que creem, possam ser santificados e achegados a Deus:
Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça
com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que
nos ajude no momento da necessidade. - Hebreus 4:16
Na vida do cristão, a busca pela santidade
deve ser constante e fervorosa. Somente seguindo a santificação é que veremos o
Senhor (Hebreus 12:14). À medida que caminhamos com Deus,
"tabernaculamos" com Cristo, por meio da comunhão com Seu Espírito
Santo. E assim, Ele torna-nos limpos e aceitáveis na presença de Deus.
10. Deus é Justo Juiz
Deus é o padrão de Retidão e Justiça. Essas
qualidades traduzem os termos "Tsedek" do hebraico e
"Dikaios" do grego, do Antigo e Novo Testamento. Esse atributo nos
mostra que Deus age sempre conforme o que é justo, e Ele mesmo é o parâmetro
para a Justiça.
Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e
todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e
reto ele é. - Deuteronômio 32:4
Não existe nenhum outro padrão fora de Deus,
que nos defina bem a justiça e retidão. Todos nós somos dotados de um senso de
justiça interior, também temos instâncias de justiça em nossa sociedade que nos
ajuda a reconhecer as injustiças que sofremos e que causamos. Mas, Deus é o
padrão absoluto para justiça (também da verdade e excelência).
A (in)justiça humana
Todas as pessoas têm, em maior ou menor
medida, algum senso de justiça. Essa noção, ainda que muito distorcida, é a
moralidade herdada e incutida pelo nosso Criador. Esta Moral revela as reais
intenções que motivam as atitudes humanas. Ela nos diz o que é certo e errado,
nos dirigindo nas nossas decisões e práticas diárias. Porém, sem um parâmetro
realmente honesto (Deus), estamos sempre fadados à desonestidade e corrupção.
Por isso, muitas vezes, atitudes que deveriam ser comuns, como devolver o que
não lhe pertence, ainda sejam tão raras em nossa sociedade.
Os atos de justiça humana são falhos e
corrompíveis. Segundo a Bíblia, a nossa justiça perante Deus é impura,
comparada a "trapos imundos" (Isaías 64:6). Por isso, sentimos muito
quando vemos atitudes perversas contra pessoas inocentes (quase sempre nós
mesmos) mas naturalmente, não sofremos pelas injustiças que causamos a outros.
Por essa causa, não nos podemos guiar somente pelo senso de justiça que cada um
tem. Precisamos da Justiça absoluta, que é Jesus Cristo.
Como criaturas de Deus, nós não temos o
direito de dizer que Deus não é justo ou reto. Nem de tentar "fazer
justiça com as próprias mãos". Se assim fizermos, o nosso padrão de
justiça começa ser nós mesmos (ou outros) e aí não há verdadeira justiça. O
Criador é sempre Justo e fiel, sem Ele não podemos medir justamente. Paulo
diria: "quem é você, ó homem, para discutir com Deus?" (Romanos
9:20-21). Fato é que a justiça humana é tendênciosa, vingativa e egoísta.
Por isso, precisamos nos conformar ao padrão
moral e ao caráter imparcial de Deus, buscando a justiça verdadeira, que é
Cristo. Devemos viver para ser mais semelhantes a Jesus. Por isso nos ensina:
"busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sum justiça" (Mateus
6:33), só assim as outras coisas serão acrescentadas.
Justiça Divina
O termo 'justiça' traduz a ideia de dar às
pessoas segundo o que elas merecem. Deus, sendo Justo e perfeito, trata as
pessoas de forma apropriada. Infelizmente, toda a humanidade é transgressora e
injusta. Por isso, merece ser julgada pelos seus atos. Como Deus é Justo, é
necessário que Ele puna o pecado, pois este é errado, causa danos e merece
punição. Se não punir, ainda que perdoe, é como se Deus fosse conivente com o
erro, aceitando o mal. Mas sabemos que:
Na verdade, Deus não pratica o mal; o
Todo-Poderoso não perverte o direito. - Jó 34:12
Então, para cumprir a Justiça plena (a
consequência do pecado é a morte Romanos 6:23, Jesus Cristo morreu na cruz em
nosso lugar. Deus executou a punição adequada ao pecado, quando Cristo assumiu
a nossa culpa na cruz, isto é, no lugar daqueles que creem no seu ato remidor e
confiam no seu perdão. Ali Deus Filho se fez réu, por amor, nos dando perdão e
nos fazendo justos como Ele é (sem nenhum pecado). Deus é "justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3:24-26.
O Juízo Final
Haverá um dia em Deus julgará a todos, vivos
e mortos (Atos 10:42). Neste Grande Juízo, os atos de todos serão investigados:
Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi
feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal. - Eclesiastes 12:14
Cabe a cada pessoa decidir se irá enfrentar
esse julgamento sozinho ou com a ajuda do Advogado, Jesus Cristo (1 João 2:1).
Se cremos que Ele assumiu a nossa culpa, levando o castigo na cruz, temos a
graça de não sermos condenados neste julgamento. Mas, quem O rejeita e não crê
na justiça proveniente de Jesus Cristo, já tem a sua causa perdida no grande
Julgamento de Deus.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não
crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.
Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas
os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. - João 3:18-19
Quem crê no Deus Todo-poderoso que se revela
nas páginas das Sagradas Escrituras não será sentenciado. Todo pecado será
perdoado e a sua culpa será apagada para sempre (Hebreus 8:12).
Que maravilha! Os que creem em Jesus,
tornam-se justificados por Deus, totalmente perdoados e considerados inocentes
perante o Tribunal do Senhor. Não por nada que tenhamos feito, mas
absolutamente pelos méritos de Cristo (pela Graça somos salvos).
Por isso, temos inúmeras razões para
agradecer e louvar a Deus por Sua Justiça e Retidão. Ele é perfeito e
misericordioso, assim também nos ensina a ser mais justos e honestos no
dia-a-dia.
Prossiga conhecendo a Deus
Conhecer a Deus é o alvo principal na vida do
cristão. Jesus afirmou que conhecer a Deus é a própria Vida eterna:
Esta é a vida eterna: que te conheçam, o
único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. - João 17:3
Como vimos até aqui, Deus é imenso! Há muito
mais para conhecer e se surpreender sobre o nosso Deus Soberano. É sempre uma grande
aventura ir descobrindo mais e mais sobre o Senhor. Continue com esse objetivo
diariamente e consagre-o como um objetivo para toda a vida.
Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor - Oséias 6:3ª
Laguna SC 12/03/2024; Copia GMA