Leia com paciência; é grande
1 - “Crônica da vida” é uma história, igual a de todos os seres humanos; qualquer semelhança
com a sua, é mera coincidência. A vida é um ato repetitivo, e ocorre initerruptamente desde que mundo existe, do nascimento ao sepultamento:
Do nascimento: em Aventureiro distrito de Aimorés MG, dentro de curto espaço de tempo que não sei precisar o quanto, ainda bebê, meus pais mudaram para Bananal distrito de Baixo Gandu, onde moramos até os meus oito anos quando viemos morar na cidade acima citada.
Fundão do medo, a tapera do Armando, e me parece que os meus pais também moraram na tapera do Armando o engenho d’agua na fazenda e o Velho Pedro! Homem respeitado.
Em Baixo Guandu: no dia dez (10) de abril de 1943 (aniversário da cidade) a festa rolava, gente por todos os lados; eu, minha mãe, meu pai e um agregado e irmão do meu pai, entrando pela cidade puxando três burrico carregando a mudança e tudo que tínhamos, em meio aquela movimentação toda (totalmente perdidos) ainda bem que o novo patrão do meu pai, sentiu a nossa demora e foi nos resgatar no meio da multidão.
Vila Veneno: é onde fomos morar, plantar, colher e comer, também estudar na escola das freiras (cabeça da ponte) professora Dona Aurea, mulher distinta, amorosa, pessoa de quem eu gostava muito, eu levava presentes pra ela: coisas que nós plantávamos: como a mandioca, batatas, laranjas etc. ali estudei os meus primeiros anos, até o segundo ano primário; que vitória, era um feito e eu vibrava com aquela conquista, a final eu ia estudar no “Grupo Escolar Professor José Nunes” o terceiro e quarto ano escolar, e me habilitar a cursar o “admissão” ao ginásio, e esse era o objetivo de todo aluno, que quisesse vencer na vida, a professora Virginia capacitada, brava não passava a mão na cabeça de ninguém severa e justa, na sua classe não tinha repetente ( que saudade). Religiosidade :Criado no Evangelho, batizado aos 15 anos por Geraldo Alves, Presbítero da “igreja dos Irmãos” (Casa de Oração) em Itaúna Distrito de Barra de São Francisco ES 1952 e pela graça de Deus, fui preservado firme na fé até hoje com 87 anos seis meses e me sentindo como se estivesse só 87 bom isso; ainda na adolescência, reunindo na Igreja Presbiteriana em Baixo Guandu; pois a igreja dos irmãos ficava em Aimorés MG distava aproximadamente 10 Quilômetros de onde nós morávamos, dizendo isso hoje não seria longe mas em se tratando dos anos 40 era muito longe. Tentando ter em nossa cidade um trabalho nos moldes das demais igrejas “dos irmãos”. Houve-se por bem criar um trabalho em Baixo Guandu, foi na casa do meu avô Pedro Lino; ali ficamos até adquirir um terreno próximo a ponte de Mauá, ali construímos O Templo da igreja dos irmãos, trabalho firmado por Deus até hoje (vale dizer que eu tinha doze anos e fui o primeiro secretário da EBD da Igreja do Movimento dos Irmãos naquela cidade; permaneci ali até os meus 15anos, quando meus pais mudaram para Barra de São Francisco ES.. Barra de São Francisco – Na Igreja fui batizado; na sociedade, fui sapateiro até completar a idade de servir o exército, ocasião em que sai de B.S. Francisco para Vitoria ES.
2 - Chegada espetaculosa: caipira metido a besta; na estação de Pedro Nolasco; a primeira gafe, no lugar de pegar um taxi e ir pro hotel, veja só; resolvi atravessar a ponte a pé! Só que não, não era ponte e sim um dique de embarque para atravessar a Bahia nos botes; não deu outra; cai no mar e foi um Deus nos acuda, um corre e corre, cerca daqui cerca de lá, ele vai afogar, não deixe ele morrer, até que fui resgatado, perdi minha maleta de roupa mas fui ser soldado do Exército Brasileiro; eu estava no exército 3º BC Terceiro Batalhão de Caçadores, um ano se passou, agora mais escolado, afinal eu estava dando baixa, um pouco mais de bagagem; não dizem que experiência e tudo?
“Casas Tigre” início da autonomia para enfrentar o mundo: locutor publicitário, exclusivo das Casas Tigre; eu e Geraldinho rodando as cidades vizinhas anunciando, as novidades do estabelecimento; dos anos 60-62, Mantena estava na minha rota de trabalho, foi lá que conheci aquela que seria minha companheira, e tivemos sessenta e dois anos de vida conjugal. Até que a morte nos separou no último dia 21 de março de 2023, quando o Senhor a chamou para sua Gloria.
Fui contratado pelas Casas Pernambucanas, estabelecimento de âmbito nacional, ali fiquei até 1969 sediado em Colatina ES. Onde residi por nove (9) anos, ali nasceram meus dois filhos (as) 1963/66; por quem trabalhei toda minha vida, e ainda hoje (oro) já que fisicamente não posso ajudá-lo, mas sou torcedor número um; provi, e protegi enquanto pude, hoje eles é que me protege e cuidam de mim: que benção!
Rio de Janeiro – Sem moradia, a casa prometida não ficou pronta pra nós, na data marcada, o que ocasionou um perrengue; e nós: eu, minha esposa e meus dois filhos, e bagagem ficamos na rua, enquanto descobria algum amigo que morasse no Rio de Janeiro, e que pudesse nos abrigar por uns dias, nessa busca lembramos do Irmão Gerson Valentim,, vindo de Baixo Guandu e se instalou em Padre Miguel, e nos abrigou por três dias, nos quais víamos os depósito de armas muito próximo; ficamos tomados de medo, em face do entra e sai, pra apanhar e deixar armas; ai encontramos o irmão da minha esposa morando em um quarto na Ilha do Governador, e fomos abrigado nesse quarto éramos cinco em um quartinho (da pra pensar)?. Em meio a tudo isso; a prometida casa ficou pronta em São João de Miriti; uma vez liberada, lá vamos nós enfim pra nossa casa eu, minha esposa, arrastando dois filhos, quatro e dois anos; tomamos posse da casa minha filha engatinhando pela casa, no final do dia só víamos os seus lindos olhinhos no rosto, o corpo sujo do vermelhão que passaram no piso; casa vazia, os móveis não chegaram, não tinha fogão como fazer? Fomos as compras um fogareiro, uma panela e uma chaleira; e vamos fazer uma comida de cada vez numa panela fizemos tudo isso de pé nas costas (batalho terrível) mas éramos jovens. Enfim; me apresentei á empresa para minhas novas funções.
Niterói minha nova sede; atendendo mais sete (7) lojas no interior do Estado e duas (2) na cidade de Niterói, isto até dezembro de 1969, quando foi extinto o departamento no qual eu trabalhava; estava desempregado. Em 1970 iniciei minhas atividades, na empresa de Ônibus Auto Viação 1001 passando por outras empresas do transporte coletivo até 1988 quando aposentei e permaneci trabalhando até 1990 na Turismo Três Amigos com sede em São João de Miriti RJ
Do Jardim Catarina para o Laranjal – comprei um terreno no Laranjal, (diga-se de passagem, que não havia um pé de laranja se quer para justificar o nome); com dinheiro oriundo da venda de uma casa em Colatina ES, e construí um barraco para abrigar minha família; e ali me instalei até o dia que pela circunstância vim parar em Laguna SC.
4 - Laranjal, onde criei minha família; grande parte da minha vida morando naquele bairro de São Gonçalo RJ, na rua Itatiaia; com todas as dificuldades inerentes a um casal recém chegado a um lugar desconhecido. Episódios marcante em minha vida: um belo dia de 1970 poucos dias morando no laranjal; indo para o trabalho fui atropelado por desconhecido e fui para o hospital onde fiquei 10 dias; recuperado desse trauma, voltei a trabalhar; no dia 24 de dezembro de1975, chegando de uma viagem São Paulo x Rio com 40 cruzeiros no bolso pra comprar os presentes dos meus filhos, as 20 horas, dois elementos me abordaram anunciando um assalto; nesse momento tive a insanidade de enfrentá-los e deu certo os elementos evadiram não sem antes atirar em mim, fui salvo por 4 pratinhas de dez centavos que estava no bolsinho da frente, que desviou as balas da direção da virilha. Isso me preocupou, comecei a pensar no filho adolescente, pensando ser ele o alvo da vingança dos marginais, passei a pensar na exposição do meu filho e vendi a casa, mas quis Deus que eu ficasse no Laranjal. Comprei um terreno do meu cunhado Laerte e construí outra casa no mesmo bairro e lá fiquei de 1 abril 1976 até o início de 2023 quando mudei para Laguna SC.
O final desta história, vai acontecer aqui; porque quis Deus que eu passasse, pelo desconhecido aumentando a minha experiência com Ele; espero ser útil para alguém mesmo não sabendo quem.
Gercino Maximiano de Araujo